ALAS

(Associação Latino-Americana de Sociologia)

A Associação Latino-Americana de Sociologia foi fundada em 1950, em Zurique, durante o primeiro Congresso Mundial de Sociologia. Seus membros fundadores foram: Alfredo Poviña e Tecera del Franco (Argentina), José Arthur Rios (Brasil), Rafael Bernal Jiménez (Colômbia), Astolfo Tapia Moore e Marcos Goycochea Cortez (Chile), Luis Bossano e Angel Modesto Paredes (Equador), Roberto Maclean Estenós (Peru) e Rafael Caldera (Venezuela). Em sua maioria, eram advogados que lecionavam sociologia nas faculdades de direito.

A criação da ALAS esteve vinculada a uma longa tradição de ensino de sociologia na América Latina, que começava a se institucionalizar mediante a sociologia de cátedra. Em 1882, a Universidade de Bogotá estabeleceu o primeiro curso de sociologia do mundo. Nos anos 1930 e 1940, essa institucionalização se aprofundou mediante a proliferação de revistas, livros, associações nacionais de sociologia, o que acentuou a sua dimensão regional, seja pelo intercâmbio crescente entre os sociólogos da região, seja pela constituição do regional como problemática.

No primeiro congresso da associação (Buenos Aires, 1951), Alberto Povina foi designado presidente e exerceu sobre ela forte influência até meados dos anos 1960. Em oposição aos sociólogos de cátedra, de perfil doutrinário e formação jurídica, surgiu uma sociologia científica e empírica, voltada para a pesquisa e a investigação de nossas realidades – nessa linha se destacam, entre outros, Gino Germani, José Medina Echeverría, Luis Costa Pinto, Eduardo Hamuy, Florestan Fernandes, Pablo González Casanova e José Silva Michelena. Isolada inicialmente, a sociologia investigativa cresceu progressivamente nos anos 1950 e, a partir da eleição de Manuel Diegues Junior à presidência da ALAS, em 1964, deslocou de maneira definitiva a hegemonia da sociologia jurídica. Os VIII, IX e X congressos da ALAS, entre 1967 e 1972, marcaram a afirmação e o auge da teoria da dependência na sociologia latino-americana. O golpe militar no Chile e a derrota da experiência socialista se refletiram no XI congresso, em San José, que levou à ascensão do endogenismo, manifesto na eleição de Agustín Cueva à presidência da instituição. A redemocratização, nos anos 1980, acentuou as discussões sobre o modelo político na região e o avanço da pobreza impulsionou as discussões sobre exclusão social. Neoliberalismo, globalização, regionalização e políticas sociais estavam entre os principais temas de discussão dos anos 1990. A primeira década do século XXI vem enfatizando o papel dos movimentos sociais e da contra-hegemonia, abrindo espaço para a discussão do poder norte-americano e seus impactos sobre a região.