CONAIE

Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador

Movimento político indígena do Equador constituído em 1986, no marco da adoção de políticas de privatização na América Latina, processo ao qual se opôs desde o início. Também se colocou contra os tratados de livre-comércio, em particular contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e o Plano Colômbia; opôs-se ainda à submissão às políticas do Banco Mundial e à militarização da região.

Entre as principais nacionalidades que compõem o movimento estão: shuar, achuar, siona, secoya, cofáne, huao, zápara, chachi, tsáchila, awa, épera, manta-huancavilca e quíchua. A Conaie tem como reivindicações centrais a posse do solo e dos recursos naturais, a preservação do meio ambiente e o direito a manter a diversidade cultural das nações indígenas equatorianas, manifestando-se principalmente com marchas e bloqueios de estradas.

Em 1992 e 1994, ocorreram as primeiras grandes manifestações, mas a maior foi em 2000, quando a Conaie se integrou ativamente ao movimento que culminou com a renúncia de Jamil Mahuad e à formação de uma junta para governar o país.­ Seu então presidente, Antonio Vargas, participou dessa junta, integrada também por Carlos Solórzano, juiz aposentado da Suprema Corte e pelo coronel Lucio Gutiérrez. Mas foi por pouco tempo, até o vice-presidente Gustavo Noboa assumir a presidência, com o respaldo dos organismos internacionais. Nas eleições de 2000, a Conaie se associou ao movimento indígena Pachakutik para dar apoio a Gutiérrez, que foi eleito. Essa aliança teve vida curta, pois Gutiérrez rompeu os acordos e passou a reprimir fortemente os movimentos indígenas.

Em 2004, durante a II Conferência da Conaie, Luis Macas foi eleito presidente e contribuiu muito para a projeção da organização. Em 2005, denunciou os planos de expansão da extração de petróleo da Petrobras e deu apoio à vitória eleitoral de Evo Morales à presidência da Bolívia, com a esperança de fortalecer o movimento indígena na região.