O Movimento de Unidade Plurinacional Pachakutik-Novo País (MUPP-NP) se formou em 1995, numa década marcada pela emergência do movimento indígena e por sua configuração como principal ator político do Equador. A criação do Pachakutik tinha em vista a perspectiva de estabelecer uma plataforma política que reunisse os distintos movimentos sociais. Seus eixos centrais eram a oposição ao neoliberalismo e a construção de uma alternativa nacional que possibilitasse uma forma diferente de desenvolvimento econômico, político, social e cultural, centrado no ser humano e na defesa da vida.
O novo partido introduziu três elementos no cenário político do Equador. Em primeiro lugar, seu caráter de movimento permitiu questionar os partidos tradicionais e o sistema político, que não se davam conta das necessidades da população. Em segundo, houve a democratização do espaço público, com a adoção de mecanismos como prestação de contas, revogação de mandato e construção de uma democracia a partir das bases organizadas. Por fim, há a regra da plurinacionalidade, plasmada na formação de um Estado que reconheça as distintas culturas, os direitos coletivos e as práticas territoriais.
Desde 1996, o Pachakutik participa de eleições para alcaides (presidentes de câmaras municipais que exercem também o Poder Executivo), prefeitos, vereadores, deputados provinciais e nacionais.