Mobilização política e social ocorrida na Nicarágua, entre 1979 e 1990, a partir de uma insurreição popular que derrotou a ditadura somozista e empreendeu uma série de transformações radicais contra o capitalismo e a presença dos Estados Unidos na Nicarágua. A revolução alterou o regime de propriedade fundiária mediante uma reforma agrária que confiscou a metade das glebas dos donos de terras. Em seus primeiros anos, conseguiu diminuir o analfabetismo de 55% para 12%. Nacionalizou o comércio exterior, os enclaves norte-americanos e interveio no mercado de bens e divisas.
A Revolução Sandinista foi levada a cabo por meio de uma aliança entre setores da oligarquia conservadora e a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Imediatamente depois do triunfo e das principais reformas da revolução, os líderes da oligarquia conservadora abandonaram o governo revolucionário e dedicaram-se a hostilizar política e militarmente a Revolução Sandinista. Desde os primeiros anos, a oposição à Revolução Sandinista converteu-se em uma oposição militar contrarrevolucionária, iniciada com os soldados somozistas refugiados nos países vizinhos e com o equipamento militar do governo norte-americano.
O país ingressou em uma guerra civil que se estendeu pela década de 1980 e destruiu grande parte do patrimônio econômico da Nicarágua. O governo norte-americano foi condenado pela Corte Internacional de Justiça de Haia a uma indenização de US$ 17 bilhões por danos ao país, quantia que os Estados Unidos se negaram a pagar.