Considerado um dos mestres da narrativa mexicana, foi contista, ensaísta, roteirista de cinema, autor de obras para teatro, jornalista e professor. Ocupa um papel importante na literatura hispano-americana contemporânea por ter rompido com a narração linear. Essa característica é marca presente em seu primeiro livro, La región más transparente (1958), que em segunda edição tem prefácio do guatemalteco Miguel Ángel Asturias.
É justamente a temática do destino sociopolítico do universo mexicano que está em grande parte da obra, como em La muerte de Artemio Cruz (1962) e Terra nostra (1975), mescla de mito, história e ficção na antropogênese do homem hispano-americano, título pelo qual o escritor recebeu o Prêmio Rómulo Gallegos em 1977.
O envolvimento com questões políticas de seu país levou-o a criar outra organização partidária em oposição ao Partido Revolucionário Institucional (PRI) e à reiteração de um posicionamento contrário à atuação dos Estados Unidos, preocupação constante que gerou vários ensaios políticos, como Tiempo mexicano (1972) e El espejo enterrado (1993).
Desenvolveu atividade cultural intensa desde o início de sua trajetória literária com o lançamento do livro de contos Los días enmascarados (1954). Colaborou com Jaime García Terrés na edição das revistas Universidad de México e El Espectador, publicou artigos sobre literatura, cinema e política nas revistas Mito, de Bogotá, e Orígenes, de Cuba. Participou como jurado do Prêmio Casa de las Américas em 1963, quando conheceu os escritores Alejo Carpentier e José Lezama Lima. Por Cambio de pie (1967), livro proibido pela censura franquista, recebeu o prêmio Biblioteca Breve da editoria Seix Barral em Barcelona.
Dividiu com Octavio Paz a direção da Coleção Literária Obregón, codirigiu a Revista Mexicana de Literatura e assumiu a embaixada do México na França durante o período de 1972 a 1976. Escreveu ensaios críticos como La nueva novela hispanoamericana (1969), Casa con dos puertas (1971), Cervantes o la crítica de la lectura (1976), Valiente mundo nuevo: épica, utopia y mito en la novela hispanoamericana (1990), Geografía de la novela (1993), com prólogo de Tomás Eloy Martinez. Participou da geração do boom latino-americano ao lado de Mario Vargas Llosa, Gabriel García Márquez, Juan Carlos Onetti e Guillermo Cabrera Infante.
Expressou em Gringo viejo (1985) outra de suas grandes causas, a instabilidade social, política e cultural da zona limítrofe, livro sobre o qual afirmou ser “obviamente fronteiriço: a fronteira que pode ser ferida aberta ou cicatriz dolorosa, entre o México e os EUA, mas também o cansaço dos EUA, esse país faminto de novas fronteiras”. A atuação no mundo das letras concedeu-lhe os prêmios Alfonso Reyes (1979) pelo conjunto da obra, Cervantes (1987), Príncipe de Astúrias (1994) e Rubén Darío (1998). Morreu aos 83 anos, em 15 de maio de 2012.
Outras obras: Aura (1962); Instinto de Inez (2001). Em teatro: El tuerto es rey (1970); Orquídeas a la luz de la luna (1982).