Nome oficial |
Martinique |
Localização |
Caribe. Ilha entre o mar do Caribe e o oceano |
Estado e Governo¹ |
Até março de 2015: Departamento de |
Idiomas² |
Francês (oficial) e |
Moeda³ |
Euro |
Capital³ |
Fort-de-France |
Superfície³ |
1.128 km² |
População³ |
388.364 hab. (2012) (INSEE) |
Densidade |
344,3 hab./km² (2012) |
Distribuição |
Urbana (89,03%) e |
Analfabetismo² |
10% |
PIB⁵ |
€ 8,6 bilhões (2012) |
PIB per capita⁵ |
€ 22.312 (2012) |
Eleições¹ |
Prefeito nomeado pela França, é representante do Estado. A Assembleia da Martinica é composta por 51 conselheiros eleitos direta e proporcionalmente em sistema de maior média em dois turnos para mandatos de 6 anos, com direito à reeleição. Caso nenhuma lista alcance a maioria absoluta no primeiro turno, as listas que obtiveram mais de 10% dos votos no primeiro turno concorrem num segundo turno. A lista que alcançar maioria absoluta recebe um bônus de 11 conselheiros. A Assembleia elege em sua primeira reunião após as eleições legislativas o seu Presidente, que o será por toda a legislatura, seguida pela eleição de seus quatro vice-presidentes, também para o mesmo período. Posteriormente, é eleito entre os membros da Assembléia o Conselho Executivo composto por 8 membros e seu presidente para o mandato de 6 anos. |
Fontes:
¹ DROM-COM
² Ethnologue: Languages of the World
³ Informações do Ministère des Outre-Mer
⁴ ONU. World Urbanization Prospects, the 2014 Revision
⁵ Institut national de la statistique et des études économiques (INSEE)
⁶ Politiquemania
Também conhecida como a Ilha das Belas Flores, Martinica localiza-se entre o Atlântico norte e o mar do Caribe, ao norte de Trinidad e Tobago. Administrativamente, divide-se em quatro distritos: Fort-de-France, Trinité, Le Marin e Saint-Pierre. De clima tropical úmido, com ventos durante o ano inteiro, possui um vulcão adormecido, o Monte Pelée, que, em sua última erupção em 1902, destruiu a cidade de Saint-Pierre, matando cerca de 30 mil pessoas. Desde essa data a capital administrativa e econômica da ilha é Fort-de-France – com 107 mil habitantes.
Desde de abril de 2015, Martinica deixou de ser um departamento ultramarino da França se convertendo em uma coletividade territorial única. O país permanece território francês, mas ganhou maior autonomia administrativa. O Conselho Geral e o Conselho Regional deram lugar à Assembléia da Martinica, composta por 51 conselheiros eleitos para um mandado de seis anos. A população da ilha elege ainda dois senadores e quatro deputados para o Parlamento francês.
As principais agremiações políticas da colônia francesa são o Partido Comunista da Martinica (PCM), o Movimento para a Independência da Martinica (MIM), o Partido Progressista da Martinica (PPM), do qual fez parte o escritor Aimé Césaire, o Partido Socialista da Martinica (PMS), o Movimento dos Democratas e Ecologistas por uma Martinica Independente (Modemas), a União pela República (UPR), o Grupo da Revolução Socialista (GRS) e a União por uma França Democrática (UFD). Entre os importantes grupos de pressão estão a Aliança Revolucionária do Caribe (ARC), a União Central dos Trabalhadores da Martinica (UCTM), o Círculo de Frantz Fanon, referenciado pela obra do psiquiatra e pensador nascido na Martinica, herói da luta anticolonialista da Argélia, autor de Os condenados da terra, e o Grupo de Ação Proletária (GAP).
O índice de alfabetização na Martinica é alto. Atinge cerca de 90% da população com mais de quinze anos de idade. O ensino público mantém a mesma qualidade e segue o mesmo calendário da metrópole. Na Martinica há um campus da Universidade das Antilhas Holandesas e da Guiana, com cerca de 5 mil estudantes, situado na vila de Schoelcher, a cinco quilômetros de Fort-de-France.
Economia
A agricultura da Martinica responde por 6% do Produto Interno Bruto (PIB) e é baseada no cultivo de banana e cana-de-açúcar. O pequeno setor industrial responde por 11%. A economia da ilha, portanto, depende fundamentalmente (83%) da receita da área de serviços, principalmente do turismo. A produção de açúcar diminuiu nos últimos anos, e boa parte da cana-de-açúcar é usada na fabricação do rum. A exportação de bananas aumentou e seu principal importador é a França. Martinica também exporta, principalmente para a metrópole, produtos à base de petróleo refinado, rum e abacaxi.
O segundo maior parceiro comercial da Martinica é a vizinha, e também colônia francesa, Guadalupe, que absorve 28% de suas exportações. A carne, os vegetais e os cereais são importados, o que contribui para o déficit da balança comercial e para a dependência em relação aos recursos financeiros vindos da metrópole.
O turismo emprega mais de 11 mil trabalhadores, e tornou-se mais importante do que as exportações agrícolas como fonte de moeda estrangeira. A taxa de desemprego, contudo, é alta. Em 2013, ela correspondia a 22,2% da população economicamente ativa (PEA), atingindo principalmente os jovens até 25 anos. A moeda circulante na ilha é o euro e a Martinica faz parte da União Europeia desde 1992. Em fevereiro de 2015, ingressou na Organização dos Estados do Caribe Oriental (Oeco), como membro associado.
História
Cristóvão Colombo é tido como o descobridor da ilha, tendo chegado em 1502. Martinica era, então, habitada pelos caribes, que a denominavam Madinina (ilha das flores) ou Jouanacaera (ilha dos iguanas). Esses índios expulsaram da região, por volta do século X, os primeiros habitantes, os aruaques, que migraram para a América do Sul.
Em 1635, com a criação de uma colônia pelo francês Pierre Belain d’Esnambuc, a Martinica passou a ser considerada uma região francesa, mas só foi anexada oficialmente pelo reino em 1674. Apesar disso, a Grã-Bretanha continuou postulando a ilha, como todas do Caribe, durante o século XVIII e início do XIX. Após a derrota de Napoleão, a Inglaterra estabeleceu sua soberania, mas, com a restauração monárquica, em 1815, a Martinica voltou definitivamente ao domínio francês. No dia 22 de maio de 1848, a ilha aboliu a escravidão e libertou 74 mil escravos.
Em 1946, a Martinica tornou-se um departamento ultramarino francês e, em 1974, foi elevada à condição de região da França. Entre 1960 e 1980, grupos de esquerda e comunistas reivindicaram a independência da ilha, o que provocou confrontos com a polícia e as forças de segurança. Guadalupe, Martinica e Guiana Francesa ainda reivindicam maior autonomia de decisão no contexto francês e europeu; por esse motivo, assinaram a Declaração de Basse-Terre, em 1999.
Dados Estatísticos
Indicadores demográficos da Martinica
1950 |
1960 |
1970 |
1980 |
1990 |
2000 |
2010 |
2020* |
|
População |
222 |
282 |
325 |
325 |
358 |
384 |
401 |
410 |
• Sexo masculino (%) |
47,75 |
49,01 |
49,01 |
48,48 |
48,27 |
47,21 |
46,11 |
... |
• Sexo feminino (%) |
52,25 |
50,99 |
50,99 |
51,52 |
51,73 |
52,79 |
53,89 |
... |
Densidade demográfica |
201 |
256 |
295 |
295 |
325 |
349 |
364 |
372 |
Taxa bruta de natalidade |
41,55 |
35,35 |
25,94 |
17,07 |
16,47 |
14,45 |
11,3* |
10,7 |
Taxa de crescimento |
2,03 |
1,99 |
0,17 |
0,87 |
0,57 |
0,61 |
0,24* |
0,17 |
Expectativa de vida |
55,57 |
61,86 |
67,26 |
71,88 |
75,68 |
78,94 |
81,3* |
83,4 |
População entre |
37,39 |
42,33 |
41,39 |
30,49 |
24,49 |
23,00 |
19,35 |
16,4 |
População com |
5,23 |
4,49 |
5,22 |
7,98 |
9,62 |
12,19 |
15,03 |
19,7 |
População urbana (%)¹ |
32,89 |
40,09 |
61,02 |
79,61 |
86,28 |
89,71 |
89,03 |
88,92 |
População rural (%)¹ |
67,11 |
59,91 |
38,98 |
20,39 |
13,72 |
10,29 |
10,97 |
11,08 |
Participação na população |
0,133 |
0,129 |
0,114 |
0,090 |
0,081 |
0,074 |
0,067 |
0,060 |
Participação na |
0,009 |
0,009 |
0,009 |
0,007 |
0,007 |
0,006 |
0,006 |
0,005 |
Fonte: ONU. World Population Prospects: The 2012 Revision Database
¹ Dados sobre a população urbana e rural retirados de ONU. World Urbanization Prospects, the 2014 Revision
* Projeções. | ** Estimativa por quinquênios. | *** Inclui o Caribe.
Obs.: Informações sobre fontes primárias e metodologia de apuração (incluindo eventuais mudanças) são encontradas na base de dados indicada.
Mapas
Bibliografia
- ENCICLOPÉDIA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO. 3. ed. revisada e atualizada. Rio de Janeiro/São Paulo: Terceiro Milênio/Publifolha, 2002.
- THE NEW ENCYCLOPEDIA BRITANNICA INC. . v. 7. London: Encyclopaedia Britannica, 1985.
- VINSON, James; KIRKPATRICK, Daniel. Contemporary foreign language writers. New York: St. Martin’s Press, 1984.