Um dos poetas negros mais populares da América Latina, Aimé Césaire nasceu na pequena cidade de Basse-Pointe, em 26 de junho de 1913, filho de uma costureira e de um superintendente fiscal.
Aos dezoito anos foi estudar no Liceu Louis-le Grand, em Paris, como bolsista do governo francês. Lá conheceu Léopold Sedar Senghor, dirigente político do Senegal, e outros participantes da geração que posteriormente dirigiria processos de independência da África e do Caribe e criou a revista estudantil L’Etudiant Noir [O Estudante Negro]. Em 1936, começou a trabalhar no famoso Cahier d’un retour au pays natal [Caderno de uma volta ao país natal], só publicado em 1939. Casou-se com sua colega Suzanne Roussi, em 1937, e o casal voltou para a Martinica em 1939, já com um filho. Tanto Aimé quanto Suzanne passaram a dar aulas no Liceu Schoelcher.
Durante a Segunda Guerra Mundial, período em que viveu na Martinica, introduziu o Surrealismo nas poesias publicadas pela revista Tropiques (Trópicos), que fundou em 1941, mesmo ano em que recebeu a visita de André Breton. Em 1945, foi eleito prefeito da capital, Fort-de-France, iniciando-se na política. Fez parte do bloco comunista, com o qual rompeu em 1956, após as denúncias dos crimes de Stalin por Nikita Krushev e, em 1958, fundou o Partido Progressista da Martinica (PPM).
Foi o criador do termo “negritude”, que buscava, resumidamente, a valorização da raça negra e que serviu nos anos 1960 para a sustentação teórica dos movimentos de descolonização das colônias francesas na África. Entre os seus principais livros figuram Les armes miraculeuses, 1946, Discours sur le colonialisme, 1950, La Tragédie du Roi Christophe, 1963, Une saison au Congo, 1966 e Une tempête, 1969.