Sediado na Faculdade de Economia e, posteriormente, na de Economia Política da Universidade do Chile (UC), o CESO foi fundado em 1961. Importante centro de elaboração do pensamento latino-americano nos anos 1960 e 1970, desenvolveu uma forte crítica ao capitalismo dependente e aos fundamentos intelectuais de suas políticas neoliberais ou desenvolvimentistas e reformistas, rivalizando com o ILPES e a CEPAL ao propor a transição ao socialismo como solução para os problemas endêmicos de pobreza e desigualdade da região. O CESO reuniu intelectuais que, exilados por golpes militares ou interessados nos processos políticos latino-americanos, se fixaram no Chile. Entre 1967 e 1973, passaram a fazer parte de sua equipe nomes como os brasileiros Theotônio dos Santos, Vania Bambirra, Ruy Mauro Marini, Emir Sader, Eder Sader, Marco Aurélio Garcia, Jorge Mattoso e Teodoro Lamounier; os argentinos Tomás Vasconi e Inés Recca; os cubanos Germán Sanchez e José Bell Lara; o alemão Andre Gunder Frank e o francês Régis Debray. Esse grupo juntou-se aos chilenos Pedro Vuscovick, Alberto Martínez, Pio Garcia, Orlando Caputo, Martha Harnecker, Cristobal Kay, Sergio Ramos, Roberto Pizarro, Jaime Osório, Cristian Sepúlveda, Álvaro Briones e Silvia Hernandez, entre outros.
A ida para o governo de Salvador Allende de pesquisadores e economistas do CESO – como Pedro Vuscovick, ministro do Planejamento, e Sergio Ramos, seu assessor, ou Orlando Caputo, diretor da empresa de cobre Codelco – transferiu sua direção para estrangeiros ao mesmo tempo em que ampliou sua influência sobre as políticas da Unidade Popular (UP). Contratado por indicação de Florestan Fernandes, em 1966, Theotônio dos Santos assumiu a direção de pesquisa em 1967 e a direção-geral em 1972.
Fórum de debates da esquerda chilena, o CESO foi o principal centro de formulação da teoria da dependência e um embrião das análises do sistema-mundo. Suas linhas de pesquisa concentraram-se em três grandes formações: o imperialismo, a dependência e o socialismo. Paralelamente a esses estudos funcionavam seminários, entre os quais o de O capital, de Karl Marx, coordenado por Ruy Mauro Marini. Outros, mais gerais, assumiram grande importância política, como o de transição ao socialismo, coordenado por Martha Harnecker.
Entre as principais publicações ou produtos do CESO estão, além da revista Sociedad y desarrollo, trabalhos clássicos como Dialéctica de la dependencia, de Ruy Mauro Marini, El nuevo caracter de la dependencia e Dependencia y cambio social, de Theotônio dos Santos, El capitalismo dependiente latinoamericano e Diez años de insurrección en América Latina, respectivamente, de autoria e coordenação de Vania Bambirra, Dependência y relaciones económicas internacionales, de Orlando Caputo e Roberto Pizarro, e os escritos de Frank que deram origem aos livros Acumulação mundial: 1492-1789 e Acumulação dependente e subdesenvolvimento.
O golpe militar chileno destruiu o CESO e dispersou seus integrantes, que, forçados ao exílio, rearticularam-se parcialmente no México, em meados dos anos 1970.