Cantor, compositor, ator e político, Rubén Blades foi o responsável por trazer as inovações da Nova Trova cubana para o ritmo dançante da salsa, renovando o gênero com uma temática social e política. Filho de uma cantora cubana e de um músico da ilha de Santa Lúcia, Blades formou-se em direito pela Universidade Nacional do Panamá e chegou a atuar como advogado. Iniciada em 1966, em seu país natal, sua carreira como músico firmou-se depois que se mudou para Nova York, em 1974, e passou a trabalhar como mensageiro na companhia de discos Fania, que agrupava a maior quantidade de salseros. Pouco a pouco, os músicos e executivos da Fania descobriram seu talento como compositor, cantor e sonero. Participou de várias produções com diversas orquestras, entre elas a de Willie Colón e Hector Lavoe. Foi ao lado de Colón que alcançou o estrelato. Os dois lançaram Metiendo mano! (1977), que foi um sucesso, e no ano seguinte produziram Siembra, o disco mais vendido de toda a história da salsa. A esse se seguiram duas produções extraordinárias e de muito sucesso: a ópera “latina” Maestra vida (1980) e Canciones del solar de los aburridos (1981). Esse grande duo uniu a força sonora e a inventividade musical de Colón, com as extraordinárias letras de poéticas e também incisivas críticas sociopolíticas de Blades, somente comparáveis às do compositor Catalino Tite Curet Alonso.
Por essa época, Blades formou o grupo Son Del Solar e iniciou uma carreira no cinema, como autor de trilhas sonoras e ator. Em 1985, coescreveu e protagonizou o filme Crossover Dreams. Nesse mesmo ano obteve seu mestrado em direito internacional, em Harvard. Em 1994, concorreu à presidência do Panamá, ficando em terceiro lugar. Em 2004, tornou-se ministro de Turismo do seu país. Em 2015, cogitava candidatar-se novamente à presidência.