Em meados da década de 1990, em uma Cuba que passava por grandes dificuldades materiais devido ao fim do campo socialista e ao embargo dos Estados Unidos, ressurgiu um grupo de exímios músicos tradicionais então quase anônimos no cenário musical da ilha: Superabuelos ou Buena Vista Social Club (como ficaram conhecidos fora do país).
Em 1999, o filme documentário Buena Vista Social Club, dirigido pelo alemão Wim Wenders, ampliou extraordinariamente a projeção internacional da banda, que já havia sido iniciada pelo CD homônimo produzido, em 1997, pelo guitarrista norte-americano Ry Cooder. E se o CD levou esses músicos, então com idades entre setenta e noventa anos, a formar esse grupo antológico de son, guajira, danzón e bolero, o filme revelou as imagens que davam alma àquela música, e fez com que o grupo iniciasse uma série de apresentações internacionais.
Dentre os músicos que participaram do Buena Vista estão Compay Segundo, Ibrahim Ferrer, Rubén González, Elíades Ochoa, Ry Cooder e Omara Portuondo. Compay Segundo (Francisco Repilado Muñoz, 1907-2003), mestre do instrumento que inventou, o armónico, participou do florescimento do son cubano nos anos 1920 com o legendário Benny Moré, e integrou o Dúo Los Compadres – fazendo a segunda voz, daí o seu nome artístico. Compositor de “Chan chan”, espécie de bandeira musical do Buena Vista, era o mais velho dos integrantes do grupo.
Ibrahim Ferrer (1927-2005), incomparável cantor da música tradicional cubana, foi o responsável pela união dos músicos que formariam o grupo. Também fez do nome Buena Vista um selo que marca a recuperação e projeção da trova cubana.
O CD Buena Vista Social Club ganhou o prêmio Grammy de Melhor Performance Latino-Americana, em 1998; e o filme foi indicado ao prêmio Oscar de Melhor Filme Documentário, em 2000.