Em 24 de julho de 2005 – data comemorativa do nascimento de Simón Bolívar (1783-1830) – tiveram início as transmissões da Telesur, possivelmente a mais ousada contraofensiva popular aos monopólios midiáticos no continente. Iniciativa multiestatal, a emissora, sediada em Caracas, é patrocinada pelos governos da Venezuela (51% do investimento), Argentina (20%), Cuba (19%) e Uruguai (10%). O canal conta com correspondentes em Brasília, Buenos Aires, Havana, Cidade do México, La Paz, Bogotá, Montevidéu e Nova York.
A programação funciona 24 horas ao dia e é composta, em boa parte, de informativos – telejornais, debates, entrevistas etc. – e programas culturais que envolvem musicais, documentários e filmes. A transmissão é feita via satélite ou a cabo e pode ser captada em qualquer ponto do mundo. Várias emissoras comunitárias reproduzem seu sinal.
Segundo a direção da emissora, o objetivo principal é romper o bloqueio midiático imposto pelas redes privadas ao livre fluxo de informações no continente. O presidente venezuelano Hugo Chávez dedicou especial atenção à tarefa de lutar de forma concreta pelo direito à informação, algo que lhe tem foi negado ao longo dos anos em que esteve à frente do Executivo de seu país.
Além da concretização do novo canal, o líder venezuelano incentivou a elaboração, por parte do Congresso de seu país, da Lei de Responsabilidade Social em Rádio e Televisão. Tal dispositivo visa disciplinar as cotas de programas locais nas emissoras e a veiculação de anúncios e regulamentar a defesa daqueles que tenham sido expostos injustamente pela mídia. A norma vem sendo duramente atacada pela mídia privada pelo que ela não contempla: as restrições à liberdade de informação.