Reconhecido internacionalmente como um dos maiores fotógrafos em atividade, Sebastião Salgado estudou economia no Brasil entre 1964 e 1967, fez mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e na Vanderbilt University (EUA). Após completar seu doutorado em economia pela Universidade de Paris, em 1971, trabalhou para a Organização Internacional do Café, em Londres, até 1973. Depois de uma viagem à África, trocou a economia pela fotografia. Trabalhou para as agências Sygma (1974-1975) e Gamma (1975-1979) e depois, até 1994, na famosa cooperativa internacional de fotógrafos Magnum Photos, que chegou a presidir. Estabelecido em Paris, cobriu acontecimentos como as guerras em Angola e no Saara espanhol, o sequestro de israelenses em Entebe e o atentado contra o presidente norte-americano Ronald Reagan.
Paralelamente às coberturas fotográficas, passou a se dedicar a projetos autorais. Entre 1977 e 1984, viajou por diversas localidades da América Latina, resultando daí a exposição Outras Américas (1986), abordando as diferentes culturas da população rural e a resistência cultural dos índios e de seus descendentes no México e no Brasil. Ainda nos anos 80, permaneceu durante quinze meses com o grupo francês Médicos Sem Fronteiras durante a seca na região do Sahel, na África, que rendeu a coleção de fotos Sahel: o homem em pânico (1986). Entre 1986 e 1992, realizou a série Trabalhadores, documentando e discutindo a crise no mundo do trabalho em 26 países.
Em 1994, Salgado fundou sua própria agência, a Amazônia Images. Fotografando sempre em preto e branco, produziu Terra: luta dos sem-terra (1997), sobre o movimento social de luta pela reforma agrária no Brasil. Em 2000, realizou dois de seus mais marcantes trabalhos, Êxodos e Crianças, em que retrata a vida de retirantes, refugiados e migrantes de 41 países. Em 2001, foi nomeado Representante Especial da Unicef. Renunciou aos direitos de reprodução de várias de suas obras em favor de causas e movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Brasil, e o Movimento Mundial em Favor da Infância.
Recebeu a maioria dos principais prêmios de fotografia do mundo, tais como o Eugene Smith Award for Humanitarian Photography (1982); o World Press (Holanda, 1985); o Prêmio Oscar Barnack (Alemanha, 1985 e 1992); o Olivier Rebbot Award (1987); o Erna and Victor Hasselblad Award for life achievement (Suécia, 1989); o Paris Match Gold Award for life achievement (Troféu “Match d’Or”, 1993).
Sebastião Salgado conquistou por três vezes (1986, 1988 e 1990) o Prêmio Fotojornalista do Ano pelo The International Center of Photography of New York. Teve diversos livros publicados: An uncertain grace (EUA, 1990); Sebastião Salgado – as melhores fotos (Brasil, 1992); In human effort (Japão, 1993); Workers (1993); La main de l’homme (França, 1993), Terra (Brasil, 1997), Africa (Alemanha, 2007) e Genesis (Alemanha, 2013) - este último acompanhado por uma grande exposição.
Foi homenageado ainda com uma monografia da série Photopoche do Centre National de la Photographie da França em 1993. Em 2001, recebeu os títulos de doutor honoris causa da Universidade de Évora (Portugal), Honorary Doctor of Fine Arts, da New School University, Nova York, e do The Art Institute of Boston, da Lesley University, além do Prêmio Muriqui 2000, do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, no Brasil. Em 2005, foi convidado pelo Conselho Geral do Val-de-Marne, França, para expor quarenta fotografias do trabalho Homem e a água. Vive atualmente em Paris com sua esposa e colaboradora Lélia Wanick Salgado, autora dos projetos gráficos da maioria de seus livros.