O Grupo Opinião surgiu no Rio de Janeiro, Brasil, por iniciativa de diversos artistas oriundos do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre os quais seu ex-presidente, o poeta Ferreira Gullar, que questionava a tendência populista do órgão e defendia a necessidade de superar os padrões da “arte simples” para o povo. Após o incêndio do prédio da UNE, promovido pelo regime militar, Gullar aliou-se mais uma vez a Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e outros artistas, como João das Neves, Paulo Pontes, Thereza Aragão, Pichin Pla e Denoy de Oliveira, para fundar o Grupo Opinião (1965-1982).
Em dezembro de 1964, no Rio de Janeiro, sob direção de Augusto Boal, o show Opinião simbolizou os eventos populares de resistência artística, com participações de Nara Leão, Zé Keti, João do Vale, Cartola, Nelson Cavaquinho e Maria Bethânia. O Opinião montou Liberdade, liberdade (1965), de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, que era também o diretor. Em parceria com Gullar, Vianinha escreveu Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come (1966), com direção de Gianni Ratto, convidado do grupo. Trata-se de uma sátira política que expõe estratégias de sobrevivência em meio à opressão.
O mineiro João das Neves foi um dos artistas mais atuantes no grupo até o fim das atividades. Dirigiu Jornada de um imbecil até o entendimento (1968), de Plínio Marcos; Antígona (1969), de Sófocles; O último carro (1976) e Café da manhã (1980), de sua autoria.