Humala Tasso, Ollanta

Humala Tasso, Ollanta

Lima (Peru), 1963

Ollanta Moisés Humala Tasso é militar de carreira aposentado do Exército peruano. Iniciou sua formação militar em 1979, quando ingressou na escola militar em Chorrillos. Durante seus estudos, cursou cinco semanas de formação militar em operações na selva, na Escola das Américas, no Panamá, e graduou-se em 1984. Posteriormente, faria o mestrado em ciências políticas na Pontificia Universidad Católica del Peru, entre 2001 e 2002.

Ganhou notoriedade em outubro de 2000, quando liderou um movimento contra o governo de Alberto Fujimori, alegando ilegalidade do governo e corrupção entre os oficiais das Forças Armadas, valendo-se de uma retórica nacionalista. Esse posicionamento teve grande acolhida nas camadas mais populares. Em resposta, o governo expediu uma ordem de captura, que obrigou Humala a exilar-se. Só pôde retornar ao Peru após a deposição de Fujimori. Seu retorno foi marcado por uma declaração de apoio ao presidente em exercício Valentín Paniagua Corazao. Conseguiu um indulto para suas ações e reassumiu seu posto militar, sendo enviado para servir no exterior como adido militar. Trabalhou primeiro na França e em seguida na Coreia do Sul, onde foi aposentado compulsoriamente em dezembro de 2004.

Em janeiro de 2005, seu irmão Antauro, que havia liderado o movimento etnocentrista contra Fujimori em 2000, organizou uma rebelião pedindo a renúncia de Alejandro Toledo. Em outubro de 2005, Humala registrou oficialmente sua candidatura à presidência do Peru, pelo Partido Nacionalista Perua­no, do qual é fundador, na coalizão Unidos pelo Peru. Em janeiro de 2006, participou do cerimonial de recepção do recém-eleito presidente da Bolívia, Evo Morales, em Caracas, onde recebeu apoio do presidente venezuelano Hugo Chávez à sua candidatura, o que causou grande descontentamento no governo de Toledo, que respondeu retirando seu embaixador em Caracas.

Perdeu a eleição presidencial para Alan García em junho de 2006. Ao longo dos cinco anos de governo de Alan García, Humala assumiu um discurso moderado, enquanto o presidente caía vertiginosamente no conceito da população, tornando remota a possibilidade de que elegesse seu sucessor. Humala, porém, enfrentou um desafio inesperado quando se candidatou à presidência em 2011. Um forte movimento de direita encabeçado por Keiko Fujimori – filha de Alberto Fujimori, o ex-presidente condenado e preso por acusações de corrupção – ganhou espaço no quadro eleitoral peruano. O crescimento de Keiko polarizou a disputa presidencial com Humala, que acabou vencendo no segundo turno por uma estreita margem de votos.

Logo depois de sua vitória, a Bolsa de Valores despencou. Havia um temor no mercado em relação ao governo Humala. Mas ele designou uma equipe econômica conservadora, que não mudou o modelo econômico peruano fundado na exportação de minerais por grandes empresas estrangeiras. O presidente, no entanto, conseguiu estabelecer um imposto sobre essas exportações, dinheiro que foi revertido em programas sociais. Os investimentos beneficiaram principalmente jovens e idosos, tirando da pobreza quase meio milhão de pessoas.

Porém, ao contrário do que havia prometido durante sua campanha, Humala não defendeu os interesses dos movimentos indígenas e camponeses, afetados pela exploração das grandes corporações internacionais. Os conflitos no campo seguem violentos e o governo perdeu apoio tanto no interior do país quanto nas grandes cidades.

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