João Gilberto a considerava a maior cantora do Brasil. E, de fato, desde pequena Maria da Graça Costa Penna Burgos tinha vontade de ser cantora. Começou a tocar violão e na adolescência chegou a trabalhar em uma loja de discos. Sabia de todas as novidades musicais e tornou-se fã da bossa nova, gênero musical do final dos anos 1950, influenciado pelo jazz, que propunha um novo jeito de tocar o samba. Conheceu Caetano Veloso e sua irmã Maria Bethânia em 1963. Com eles, Gilberto Gil e Tom Zé montou o espetáculo musical Nós, por exemplo, em 1964. Gravou o primeiro compacto em 1965, com as músicas “Eu vim da Bahia”, de Gilberto Gil, e “Sim, foi você”, de Caetano Veloso. Adotou o nome artístico Gal no ano seguinte, quando participou do I Festival Internacional da Canção, defendendo a música “Minha senhora”, de Gilberto Gil e Torquato Neto.
Gravou o primeiro disco, Domingo, com o também estreante Caetano Veloso, em 1967. Participou do movimento tropicalista, influenciado pelos Beatles e pela Jovem Guarda, e foi considerada a sua musa. Fez sucesso como cantora em 1968, pela interpretação de “Divino maravilhoso”, composta por Gil e Caetano. A música “Baby”, feita por Caetano e interpretada por ela, foi um marco em sua carreira. Em 1976, reuniu-se com Maria Bethânia, Gilberto Gil e Caetano Veloso para formar Os Doces Bárbaros.
O disco Gal Tropical, de 1979, marcou uma nova fase em sua carreira, considerada mais popular e comercial. O CD O Sorriso do gato de Alice deu uma virada em sua trajetória profissional, em 1994, e lhe rendeu os prêmios Sharp e APCA do ano. Em 2002, lançou o CD Bossa tropical com canções de Alice Ruiz, Arnaldo Antunes e John Lennon, e fez o show Doces bárbaros na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia.
Em 2011 gravou o disco Recanto, produzido por Caetano Veloso e somente com músicas do colega baiano. Em 2015, aos setenta anos, lançou Estratosférica, com quinze músicas inéditas de diversos autores.