Nome oficial |
Cayman Islands |
Localização |
Mar do Caribe, a noroeste da Jamaica e ao sul de Cuba |
Estado e Governo¹ |
Território de Ultramar da Grã-Bretanha |
Idiomas¹ |
Inglês (oficial), espanhol, filipino e outras (2010) |
Moeda¹ |
Dólar de Cayman |
Capital¹ |
George Town |
Superfície¹ |
264 km² |
População² |
55,5 mil hab. (2010) |
Densidade |
210 hab./km² (2010) |
Distribuição da população³ |
100% urbana (2010) |
Analfabetismo¹ |
1,1% (2007) |
Composição étnica¹ |
Mestiços (40%); negros (2%); brancos (40%), expatriados de vários grupos étnicos (20%) |
Religiões¹ |
Protestantes (67,8%), católica romana (14,1%), outras (8,1%), testemunhas de Jeová (1,1%), outras (7%), nenhuma (9,3%), não especificada (0,7%) (2010) |
PIP (PPP)¹ |
US$ 2,5 bilhões (2014) |
PIB per capita (PPP)¹ |
US$ 43,800 (2014) |
Eleições¹ |
Governador-geral indicado pela rainha da Inglaterra. Parlamento unicameral com 20 membros, sendo 18 deles eleitos diretamente para um mandat0 de quatro anos e dois membros indicados. O lider do partido ou coalizão majoritaria é usalmente indicado primeiro-ministro pelo governador-geral. |
Fontes:
¹ CIA. World Factbook
² ONU. World Population Prospects: The 2012 Revision Database
³ ONU. World Urbanization Prospects, the 2014 Revision
Território ultramarino britânico, as Ilhas Cayman são um dos últimos remanescentes coloniais do império britânico na região, que já foi chamada de Índias Ocidentais. Os outros quatro são Anguila, Ilhas Virgens Britânicas, Montserrat e Turkis e Caicós. O arquipélago é formado por três ilhas – Grande Cayman (a maior), Pequena Cayman e Cayman Brac –, que fazem parte das Grandes Antilhas e estão situadas ao sul de Cuba e a noroeste da Jamaica. A área total das ilhas é de 264 km² e nelas habitam cerca de 55,5 mil pessoas (2010). Por ser um importante centro de serviços financeiros internacionais, as Ilhas Cayman abrigam boa parte de residentes estrangeiros: em 1999, 58% da força de trabalho era de não caimanianos. A capital é a cidade de George Town, localizada na ilha Grande Cayman.
História
As ilhas foram avistadas por Cristóvão Colombo em sua quarta expedição, em 10 de maio de 1503. O navegador batizou-as de ilhas das Tartarugas, pela grande quantidade desses animais que viviam ao redor delas. Também já receberam o nome de Ilhas dos Lagartos e Caymanas, palavra essa de origem indígena, que indica um tipo de crocodilo marinho da região, da qual deriva a denominação atual.
Por muitos anos, as ilhas permaneceram sem a presença constante de europeus. Passaram a ser frequentadas pelos navios piratas, que as procuravam como abrigo depois dos saques. A presença de corsários famosos em Cayman e a lenda dos tesouros perdidos são os elementos mais presentes do folclore local até os dias atuais. Eventualmente, náufragos, fugitivos da Inquisição espanhola, desertores e escravos fugidos buscavam ali refúgio e esconderijo.
Apenas a partir de 1670 começaram a ser realizados os primeiros esforços consistentes para a colonização do local. Nesse ano, a Espanha cedeu Cayman e Jamaica à Coroa britânica por força do Tratado de Madri. Mesmo assim, a presença humana permaneceu reduzida por muitos anos. De 1670 até 1959, as Ilhas Cayman estiveram sob dependência da Jamaica.
Somente a partir da década de 1730, iniciou-se a colonização sistemática do local. Nessa ocasião, o governador da Jamaica fez a primeira importante concessão de terras para exploração comercial na ilha Grande Cayman. Em 1802, o primeiro censo realizado em Grande Cayman constatou uma população de 933 indivíduos, dos quais 545 eram escravos.
A dependência formal em relação ao governo colonial jamaicano só foi instituída em 1863. Após 1959, as Ilhas Cayman passaram a ser uma dependência direta da Grã-Bretanha, com uma Constituição própria.
Em 1972, uma nova Constituição (retificada em 1989) passou a ditar o ordenamento jurídico da colônia. O sistema de governo em vigor permite relativa autonomia para a gestão das questões internas. O governo da colônia é composto por um governador (escolhido em Londres), pela Assembleia Legislativa (eleita) e pelo Conselho Executivo.
As disputas políticas internas têm apresentado caráter bastante tranquilo e o sistema político como um todo é muito estável. Até o fim da década de 1980, sequer existiam partidos políticos. Os candidatos que se apresentavam para a disputa de cadeiras na Assembleia dividiam-se em grupos (ou “times”, como são chamados) ou se apresentavam de forma independente. As diferenças ideológicas ou políticas eram mínimas, todos defendiam a manutenção dos laços coloniais e da política econômica, ou seja, atuar como centro financeiro internacional baseado em isenções fiscais e sigilo bancário.
Os temas que geravam as maiores controvérsias eram o alto e crescente número de trabalhadores estrangeiros (imigrantes) e a questão da lavagem de dinheiro. Em relação às possibilidades de independência, a opinião geral tem sido ardorosamente favorável à manutenção da dependência em relação à Grã-Bretanha. Argumenta-se que a independência não é viável para pequenos países como Cayman e que a tutela britânica inspira confiança nos investidores financeiros que procuram as ilhas.
Duncan Taylor foi o governador-geral das ilhas até 2013, quando deixou o posto para ser embaixador no México. Em seu lugar foi nomeada Helen Kilpatrick.
Economia
As ilhas sempre enfrentaram o problema da escassez de recursos naturais para fins agrícolas. Por muitos anos, a maior parte da população viveu da pesca. Em séculos passados, a pesca da tartaruga foi a mais importante atividade econômica, o que levou à virtual extinção desse animal na região. Atualmente, existem fazendas de criação de tartarugas com fins comerciais. Muitos trabalhadores foram obrigados a procurar emprego nas Américas do Norte e Central. Desde a década de 1960, os governos locais começaram a investir na especialização dos serviços financeiros – por meio de legislação específica – e do turismo.
Em 1966, foram promulgadas leis que visavam estimular a entrada de bancos e outras empresas financeiras internacionais. Alguns anos mais tarde, as Ilhas Cayman tornaram-se o centro financeiro offshore mais conhecido, diversificado e próspero do Caribe e do mundo. Em 1972, cerca de 3 mil companhias e 300 seguradoras já estavam instaladas em Cayman. Em 2002, contavam-se mais de 40 mil companhias, inclusive, cerca de 600 bancos e seguradoras. A base de todo o sistema é a ausência quase total de cobrança de impostos, o que valeu a Cayman e a outros países que adotaram essa legislação a denominação de paraísos fiscais. Além disso, a livre movimentação do capital, a quase inexistência de regulamentos estatais e uma infraestrutura bem-desenvolvida, fizeram de Caymam o quinto maior centro financeiro do mundo.A legislação rigorosa de respeito ao sigilo bancário tornou o local procurado para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, da corrupção e de outras fontes ilícitas. Os governos de países ricos têm pressionado pela mudança dessa legislação, especialmente os Estados Unidos, no que diz respeito ao dinheiro do tráfico internacional de drogas. Em 1996, as Ilhas Cayman adotaram a All-Crimes Money Laundering Legislation, uma legislação específica como tentativa de impedir a lavagem de dinheiro. Nos anos seguintes, aprovaram-se novas leis para combater o problema e dar uma resposta às pressões internacionais, entre as quais, a Money Laundering Regulations, de 2000, que impõe limite ao sigilo bancário, exige a identificação de investidores e companhias e a cooperação com os investigadores internacionais. Por conta desses esforços, em junho de 2001, o território foi retirado da lista dos países que não cooperam contra a lavagem de dinheiro.
O setor do turismo ultrapassa os ingressos vindos do sistema financeiro e figura como a principal fonte de renda de Cayman. Responde por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da colônia. O turismo é voltado, sobretudo, para um público com alto poder aquisitivo. A maior parte dos turistas vem da América do Norte, principalmente dos EUA, que representam cerca de metade de todos os visitantes. A explosão do turismo acarretou problemas para os nativos de Cayman, pela súbita valorização dos preços da terra. Outro problema crônico é a dependência das importações de alimentos. Por volta de 90% de todos os gêneros alimentícios consumidos em Cayman vêm de fora.
As Ilhas Cayman oferecem aos naturais e residentes o padrão de vida mais elevado da região: a renda anual per capita atinge cerca de US$ 43,8 mil – uma das mais altas do mundo –, e o território possui moeda própria, o dólar de Cayman.
Indicadores demográficos das Ilhas Cayman
1950 |
1960 |
1970 |
1980 |
1990 |
2000 |
2010 |
2020* |
|
População (em mil habitantes) |
6 |
8 |
9 |
16 |
25 |
42 |
56 |
63 |
Densidade demográfica |
24 |
30 |
35 |
61 |
95 |
158 |
210 |
... |
Taxa de Crescimento |
0,80 |
1,24 |
5,83 |
3,56 |
4,72 |
3,08 |
... |
... |
População urbana (%)¹ |
100 |
100 |
100 |
100 |
100 |
100 |
100 |
100 |
População rural (%)¹ |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
Participação na população |
0,004 |
0,004 |
0,003 |
0,004 |
0,006 |
0,008 |
0,009 |
0,010 |
Participação na |
0,0003 |
0,0003 |
0,0002 |
0,0004 |
0,005 |
0,0007 |
0,0008 |
0,0008 |
Fontes: ONU. World Population Prospects: The 2012 Revision Population Database
¹ Dados sobre a população urbana e rural retirados de ONU. World Urbanization Prospects, the 2014 Revision
* Projeção. | ** Estimativas por quinquênios. | ***Inclui o Caribe.
Obs.: Informações sobre fontes primárias e metodologia de apuração (incluindo eventuais mudanças) são encontradas na base de dados indicada.
Mapas
Bibliografia
- ROYLE , Stephen A. Economic and political prospects for the british atlantic dependent territories. The Geographical Journal. London: The Royal Geographic Society. v. 161, n. 3, 1995.
- SMALL, Roberts; ROBERTS, Susan M. Place, big money: The Cayman Islands and the International Financial System. Journal of Economic Geography. v. 71, n. 3, 1995.
- www.caymanislands.ky/
- www.cia.gov/cia/publications/factbook/geos/cj.html