Cartoneiros

TomasRawski_CC.jpg
Cartoneiros nas ruas de Buenos Aires, Argentina, em 2007 (Tomas Rawski/Creative Commons)
Na Argentina, o termo cartonero advém de uma generalização realizada sobre o “exército de pessoas” que se dedica diariamente a remexer o lixo em busca de restos de papelão (cartón), papel, vidro e demais tipos de sucata que possam ser reciclados. Isto é, são coletores informais de lixo que se dedicam a vender sucata reciclável para sobreviver. Em geral, são pessoas que tinham um trabalho formal ou informal e sofreram os efeitos da crise econômica e social desatada, principalmente, a partir dos acontecimentos de 19 e 20 de dezembro de 2001, em consequência da qual foram despedidos ou tiveram os comércios em que trabalhavam fechados. São trabalhadores desempregados, que tomaram como trabalho a coleta e venda da sucata.

O surgimento dos cartoneiros não é um fato recente. No entanto, nos últimos anos, eles se multiplicaram devido à recessão, ao desemprego e às crises econômica e social que tomaram a Argentina desde o final de 2001. Atualmente, em todo o país existem cerca de 154 mil pessoas que se dedicam a essa atividade, das quais cerca de um terço está na cidade de Buenos Aires. Convivem com o resto da sociedade respeitosamente, despertando um sentimento solidário coletivo e recebendo ajuda individual, coletiva e institucional, seja das organizações não governamentais ou das instituições estatais.

Os cartoneiros estão organizados em diferentes agrupações e cooperativas, por via das quais pressionam para obter melhores condições para sua atividade, tais como a classificação da sucata em sacos de diferentes cores. Por meio dessa pressão, conquistaram a habilitação do denominado “trem branco”, uma unidade exclusiva que utilizam para retornar a seus lares com todo o material coletado no dia, e a promoção de leis que os amparem e os reconheçam como atores da sociedade.