Cardenal, Ernesto

Cardenal, Ernesto

Granada (Nicarágua), 1925

Sacerdote ordenado em 1965, Ernesto Cardenal Martínez desenvolve trajetória religiosa paralelamente à literária e política, o que confere à sua produção poética a convivência entre o tom profético, as formas bíblicas plenas de lirismo e o comprometimento com a Revolução Sandinista.

Em 1952, fundou a editora El Hilo Azul e uma livraria, impulsionando a poesia nacional; também traduziu, com o escritor vanguardista José Coronel Urtecho, poesias norte-americanas. Em 1954, participou do movimento armado contra a ditadura nicaraguense conhecido por Rebelión de Abril. Escreveu o extenso poema político Hora cero em 1956.

Pablo Neruda publicou em La Gaceta de Chile alguns de seus epigramas, então anônimos, contra a situação de seu país. Foi um dos ideólogos da Teologia da Libertação, nos anos 1970 e 1980 e, juntamente com o cantor Carlos Mejía Godoy, um dos principais inspiradores do antissomozismo sandinista cristão. Viveu no exílio até a queda do ditador Anastasio Somoza Debayle, em 1979. Quando os revolucionários chegaram ao poder, foi nomeado ministro da Educação, cargo que ocupou até 1987. Outras obras: Salmos, 1964; Oráculo sobre Managua, 1973; Cántico cósmico, 1989 e Vida perdida, 1998.