Nebreda, Vicente

Caracas (Venezuela), 1930-2002

Bailarino e coreógrafo venezuelano, nascido em 31 de março de 1930, Vicente Nebreda se iniciou na dança aos quinze anos, com os professores Hery e Luz Thompson, e um ano depois debutou com o grupo de seus professores, Club de Ballet, no Teatro Municipal de Caracas.

Em 1948, ingressou na Escola Nacional de Ballet, dirigida por Nena de Coronil, e, em 1950, realizou seu primeiro projeto coreográfico, por ocasião da estreia do filme Las zapatillas rojas. No ano seguinte, participou como solista do primeiro espetáculo da Escola Nacional de Ballet e integrou como solista o corpo de baile da temporada de ópera.

Em 1952, transferiu-se para Nova York, onde estudou na School of American Ballet (SAB) e no Ballet Theatre, com os professores Anatole Oboukoff, Pierre Vladimiroff e Edward Caton. No mesmo ano, foi convidado a dançar no Ballet Alicia Alonso, em Havana. Em 1953, fez uma versão e interpretou Las sílfides para o Ballet Nena Coronil, em Caracas, do qual passou a ser primeiro bailarino em 1954. No mesmo ano, viajou a Paris para aperfeiçoar-se com professores do calibre de Preobajenska e Egorova.

Em 1955, tornou-se solista da companhia de Roland Petit, em Paris e, em 1956, dançou com Las Estrelas de Montecarlo. Em 1957, integrou o Ballet Nacional em Caracas e estreou as coreografias La quinta sinfonía (Tchaikovsky) e La valse (Ravel). Em 1958, ingressou como solista na Companhia Robert Joffrey de Nova York e, em 1960, em igual categoria, no Harkness Ballet da mesma cidade.

Assumiu definitivamente sua vocação coreográfica em 1967, quando montou Caín para o Harkness Ballet, seguida por Circle of love (1969), Percussion for six men (1969) e Percussion for six women (1970), todas para a mesma companhia, que passou a dirigir em 1970.

Regressou à Venezuela em 1975 para fundar com Zhandra Rodriguez o Ballet Internacional de Caracas, com o qual realizou turnês pela Europa, pela América Latina e pelos Estados Unidos. Em 1976, a Universidade da Dança, em Paris, outorgou-lhe o prêmio Fokine por sua coreografia Shadows (1974).

A partir de 1980, quando se separou do Ballet Internacional de Caracas, foi coreógrafo convidado de numerosas companhias internacionais como o Australian Ballet, Royal Winnipeg Ballet, Ballet Nacional de Portugal, Ballet da Ópera de Berlim, Cincinnati-New Orleans Ballet, Ballet Jazz de Montreal, Ballet Estável do Teatro Colón, de Buenos Aires, e Ballet de Santiago do Chile.

Em 1982, criou o Instituto Superior de Dança da Venezuela e, em 1984, foi convidado a assumir a direção do Ballet Nacional de Caracas (depois Ballet Teresa Carreño). Em 1986, foi convidado como coreógrafo residente do Ballet da Flórida, e prosseguiu com suas atribuições de diretor do Ballet Nacional de Caracas.

Vicente Nebreda continuou a criar até 1996. Entre suas obras mais apresentadas em todo o mundo figuram: Nuestros valses (1976), Batucada fantástica (1977), Una danza pata tí (Corbeille de Fleurs, 1980), Pájaro de fuego (1982), Doble corchea (1984), Romeu e Julieta (1986), George Sand (1988), Van Gogh (1990), Dom Quixote (1992 – Après Petipá), Fiebre (1995) e Romance (1996).

Conteúdo relacionado
Dança
Artes plásticas
Música
Teatro