Moreno, Nahuel

Alberdi, 1924 - Buenos Aires (Argentina), 1987

Hugo Miguel Bressano Capacete, conhecido sob o pseudônimo de Nahuel Moreno, foi – ao lado do boliviano Guillermo Lora (1922), do peruano Hugo Blanco e do argentino Juan Posadas (1912-1981) –­ um dos principais dirigentes trotskistas da América Latina. De família da classe média alta (seu pai era contador público e seus tios dirigentes da União Cívica Radical (UCR), tradicional partido conservador argentino), aderiu ao trotskismo no início da década de 1940. Iniciou a militância no Quebracho, grupo dirigido por Liborio Justo (1902-2003), pioneiro do trotskismo na Argentina e filho do ex-presidente Agustín P. Justo.

Em 1944, Moreno rompeu com o Quebracho e fundou o Grupo Operário Marxista (GOM), cujo documento de fundação declarava o objetivo de superar os círculos do trotskismo boêmio da época e se enraizar no movimento operário. Esse objetivo marcaria toda a sua trajetória política. Em 1948, foi como delegado do Partido Operário Revolucionário ao II Congresso da IV Internacional, em Paris. Quando, em 1953, a IV Internacional se cindiu, Moreno posicionou-se ao lado da ala dirigida pelo Partido Socialista dos Trabalhadores (PST) norte-americano, que formou o Comitê Internacional, em oposição ao Secretariado Internacional, dirigido pelo trotskista grego Michel Raptis, conhecido como Pablo.

Posteriormente, Moreno fundou na Argentina o Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT), que depois da ruptura com a ala guerrilheira de Mario Roberto Santucho passou a se chamar PRT – A Verdade, e depois Partido Socialista dos Trabalhadores (PST).

Com a ascensão da ditadura militar, em 1976, foi exilado e instalou-se na Colômbia, onde impulsionou a fundação do PST colombiano. Paralelamente, dirigiu o partido argentino na clandestinidade e buscou construir grupos em outros países. Após a Guerra das Malvinas, em 1982, regressou à Argentina para fundar o Movimento ao Socialismo (MAS) e, em 1985, a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI).

Morreu em 1987 de ataque cardíaco. O MAS e a LIT, sem sua direção e diante dos acontecimentos de 1989-1992 no Leste europeu, fraturaram-se em diversos grupos, muitos dos quais seguem reivindicando seu legado.