Cineasta boliviano, caso raro de profissional que se valeu do documentário para narrar a luta operária e dos oprimidos na América Latina. Dirigiu no Chile seus primeiros curtas-metragens documentais: Cobre e La guitarrita (1958) e El Maguito (1959). Na Bolívia, dirigiu o curta semidocumentário Sueños y realidades: una jornada difícil (1961), o média-metragem Un día, Paulino (1962) e o curta Revolución (1963). Em 1964, filmou Bolivia avanza, série de dez curtas. Em 1965, realizou os cinejornais Noticiero cinematográfico e Aquí Bolívia (esse durou até 1967), além do média ficcional Aysa! (Derrumbe!), quando pela primeira vez trabalhou com atores, além dos documentários curtos El mariscal de Zepita e Inundación. Seus dois longas-metragens iniciais foram trabalhos dramáticos de ficção narrados em quíchua, aimará e espanhol: Ukamau (Así es, 1966) e Yawar Mallku (El sangre del cóndor, 1969). Realizou o semidocumentário El coraje del pueblo (1971). Em 1974, filmou, no Peru, Jatun auka (El enemigo principal), com camponeses, trabalhadores e estudantes no elenco. Na Bolívia, fez Tupac- Amaru (1974), também com atores não profissionais. No Equador, dirigiu novo semidocumetário, Fuera de aquí! (1977), que reuniu camponeses e membros do Grupo Ukamau, o qual fundou e coordenou com Oscar Soria. Depois de vários anos fora da Bolívia, retornou e, com Beatriz Palácios, dirigiu o documentário Las banderas del amanecer (1983). Na Espanha, fez novo drama, La nación clandestina (1989). Com Geraldine Chaplin no elenco, orientou o drama Para recibir el canto de los pájaros (1995). Depois de vários anos, apresentou suas películas mais recentes, Los hijos del último jardín (2004) e Insurgente (2012).
Sanjinés, Jorge
La Paz (Bolívia), 1936