Graduado em medicina e farmácia, Bernardo Houssay foi o primeiro cientista latino-americano a receber o Prêmio Nobel na área de Medicina e Fisiologia, em 1947. Seu mérito foi ter descoberto o papel do lóbulo anterior da hipófise, glândula endócrina situada no cérebro, no metabolismo dos carboidratos e sua relação com o diabetes. Graças ao seu trabalho e ao de seus discípulos, a fisiologia tornou-se uma disciplina médica com destaque internacional na Argentina.
Em 1907, Houssay iniciou sua carreira docente na Universidade de Buenos Aires (UBA), tornando-se professor do Departamento de Fisiologia, em 1919. Posteriormente, assumiria a diretoria do Instituto de Fisiologia, cargo que ocupou por 26 anos. O Instituto transformou-se em um centro de referência mundial, formando os primeiros fisiologistas do país, entre eles Luis Federico Leloir, laureado com o Prêmio Nobel de Química, em 1970. Houssay deixou a universidade por problemas políticos, no governo peronista.
Em 1945, publicou um tratado sobre fisiologia humana que foi traduzido em diversos idiomas. Graças a essa obra, recebeu muitos prêmios. Nesse período, fundou o Instituto de Biologia e Medicina Experimental, que contribuiu ativamente para o debate em áreas como nutrição, farmacologia, hipertensão, diabetes, entre outras.
Voltaria a lecionar na UBA em 1955, com a mudança de governo. Participou da formação, em 1958, do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet, sigla em espanhol) e o presidiu até a sua morte, em 1971. Ademais, foi cofundador e presidente da Associação Argentina para o Progresso da Ciência.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) criou o prêmio Bernardo Houssay, em 1972, para agraciar os cientistas mais proeminentes. Na casa onde vivia, atualmente funciona o Museu Houssay, que abriga a Fundação Houssay, a qual orienta e financia estudantes destacados do ensino Fundamental e Médio nas áreas de arte, ciência e tecnologia.