Gatica, José María

San Luis, 1925 - Buenos Aires (Argentina), 1963

O boxeador argentino José María Gatica, apelidado de “El Mono” (o Macaco), nasceu em Villa Mercedes, na cidade de San Luis, em 25 de maio de 1925. Teve uma infância muito pobre; criou-se engraxando sapatos nas ruas de Constitución, Buenos Aires. Sua fase áurea como pugilista começou, coincidentemente, com a chegada de Juan Domingo Perón à presidência, na década de 1940. Conta-se que, quando se encontraram pela primeira vez no Luna Park, Gatica disse a Perón: “General… Duas potências se cumprimentam!”. O roupão do pugilista levava a inscrição “Perón-Evita”, o que lhe valeu o amor das massas e o ódio dos antiperonistas. O presidente o apoiou em sua campanha para ser o primeiro argentino a disputar um título mundial de boxe. Esse dia chegou em 5 de janeiro de 1951, quando Gatica enfrentou o norte-americano Ike Williams, campeão mundial de pesos leves, no mítico Madison Square Garden de Nova York. No entanto, o sonho de campeão do argentino e de todo o seu povo se desfez em apenas dois minutos, quando uma direita de Williams derrubou Gatica. Ao retornar a Buenos Aires, “El Mono” recebeu a reprovação de Perón, e sua carreira entrou em tal decadência que nunca mais se recuperou. Após a derrocada do presidente em 1955, os administradores do boxe argentino o proibiram de lutar, como castigo por seu peronismo.

Após onze anos de carreira profissional, Gatica retirou-se do boxe e dedicou-se à luta livre, como integrante de uma trupe, mas em uma queda infeliz machucou o quadril. Entre sua estreia profissional, em 1945, e sua última luta, em 1956, travou 95 combates, dos quais venceu 85, perdeu sete, empatou dois e teve um sem decisão. É conhecido o duelo histórico entre ele e seu grande rival Alfredo Prada, que se enfrentaram seis vezes, duas como amadores – uma vitória para cada um – e quatro como profissionais: duas vitórias cada um. O país dividiu-se em metades claramente demarcadas e opostas, representando dois modelos diferentes de sociedade, o das classes populares (Gatica) e o dos “oligarcas”, que apoiavam Prada. “Mono” Gatica morreu em 12 de novembro de 1963, aos 38 anos, depois de ser atropelado por um ônibus.

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