Caymmi, Dorival

Salvador, 1914 - Rio de Janeiro (Brasil), 2008

Compositor que buscava a perfeição na simplicidade, cantor de voz grave e solene, Dorival Caymmi retratou em suas canções a natureza e os amores, entre o mar e a praia, dos pescadores da Bahia, e a saudade de­ uma vida idílica deixada para trás. Dono de uma calma folclórica, no jeito que compunha e que levava a vida, foi com o escritor Jorge Amado o principal responsável pela construção de uma imagem da Bahia como paraíso tropical e sensual mestiço, com forte herança da cultura trazida pelos escravos da África, como o samba de roda e os pontos de candomblé, que sua música evocou.

Nascido nos arredores de uma Salvador pré-industrial, Caymmi mudou-se para o Rio de Janeiro em 1937, onde adotou definitivamente a carreira de cantor de rádio e compositor. Teve sua música “O que é que a baiana tem?” incluída em um filme de Carmen Miranda. Passou a cantar na Rádio Nacional, onde conheceria a também cantora Stella Maris, com quem teve três filhos: Dori, Danilo e Nana, todos músicos.

Ao longo de mais de seis décadas de carreira, gravou vinte discos, compondo um número relativamente pequeno de músicas, algumas lapidadas durante anos, a maior parte delas obras-primas, como “É doce morrer no mar”, “Maracangalha”, “Saudade da Bahia” e “Oração para mãe menininha”. Morreu aos 94 anos em razão de um câncer renal, contra o qual lutou por nove anos.

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