Callado, Antonio

Callado, Antonio

Niterói, 1917 - Rio de Janeiro (Brasil), 1997

Iniciou-se no jornalismo aos dezessete anos, atividade que lhe rendeu reportagens notáveis como as reunidas no volume Vietnã do Norte, 1977. Preocupado com as profundas distorções sociais, declarou nos anos 1960 que “intelectual não tem direito de se eximir” das questões nacionais como evidencia, ao lado de Darcy Ribeiro, sua luta em defesa dos povos indígenas. Foi correspondente durante a Segunda Guerra da BBC de Londres, matéria do romance Memórias de Aldenham House (1989), selando na sua trajetória o fértil diálogo entre jornalismo e literatura, veio muito explorado nos anos 1970 por, entre outros, Ignácio de Loyola Brandão.

Publicou em 1967 Quarup, lido pela geração dos revolucionários de esquerda que se debruçavam sobre Pessach: a travessia, de Carlos Heitor Cony. Nos romances subsequentes, problematizou a atuação dos movimentos políticos (Sempreviva, 1981) e a função do intelectual latino-americano ( A expedição Montaigne, 1983), tecendo a crise do escritor engajado. Também foi autor de diversas peças teatrais, como Pedro Mico (1957), uma das primeiras a colocar o negro como protagonista na dramaturgia brasileira, e de outros romances, como Reflexos do baile (1976).