Matta, Roberto

Matta, Roberto

Santiago (Chile), 1911 - Civitavecchia (Itália), 2002

Roberto Sebastián Antonio Matta Echaurren, um dos mais renomados artistas latino-americanos modernos, viveu e participou de momentos decisivos das artes do século XX, como o surrealismo e o expressionismo abstrato, do qual é visto como precursor. Formado em arquitetura pela Universidade Católica do Chile, artista engajado, pressionado por crises políticas e econômicas, deixou o seu país em 1932, em protesto contra a eleição à presidência da República do conservador Arturo Alessandri. Pouco depois chegou a Paris, onde trabalhou com o arquiteto Le Corbusier e travou amizade com René Magritte, Pablo Picasso, Joan Miró, García Lorca e Marcel Duchamp. Também esteve em Portugal, a convite da poeta Gabriela Mistral, que despertou seu interesse pela obra poética de José Martí e as ideias do pensador mexicano José Vasconcelos.

Entre 1937 e 1940, esteve em Paris, trabalhando no pavilhão espanhol da Exposição Internacional. Por intermédio de Picasso e Salvador Dalí, Matta conheceu André Breton, incorporando-se ao grupo surrealista. Participou da exposição Internacional de Surrealismo, realizada na Galeria Breaux-Arts de Paris, em 1938. Com o início da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para Nova York, onde exerceu enorme influência sobre os jovens pintores que criaram o fenômeno da pintura norte-americana dos anos 50.

De volta à Europa, em 1948, foi expulso do grupo surrealista (ao qual foi read­mitido onze anos depois) e ligou-se ao situacionismo e a Asger Jorn. Expôs no Institute of Contemporary Art, de Londres (1951). Em 1956, pintou para a Unesco o mural Las dudas de tres mundos, e realizou uma série de retrospectivas em Nova York, Estocolmo e Paris. Em 1968, em Cuba, presidiu o Congresso Cultural de Havana. Em 1970, uma retrospectiva de sua obra foi realizada na National Galerie, de Berlim.

Matta retornou ao Chile entre 1970 e 1972 a convite de Salvador Allende para trabalhar nos murais coletivos da brigada Ramona Parra. Sua militância em favor dos trabalhadores fez com que, em 1971, os operários da Peugeot organizassem uma retrospectiva de sua obra na cidade francesa de Sochaux. Em 1975, apresentou trabalhos na exposição itinerante El gran Burundún-Burunda ha muerto, no Museu de Arte Moderna do México, em apoio à declaração do Tribunal Russell sobre os crimes da Junta Militar chilena. Em 1982, viajou à Nicarágua para tomar parte, com Julio Cortázar e Gabriel García Márquez, do Congresso Interamericano sobre “Autonomía cultural de nuestra América”.

Exposição de Roberto Matta na Galería Carmen Waugh. Na foto Mario Carreño, Patricia Israel, Florencia de Amesti, Roberto Matta, Delia del Carril, Carmen Waugh, José Balmes, Guillermo Nuñez, Gracia Barrios, Rodrigo Maturana e Roser Bru, em Santiago, no Chile, em 1971 (Museo Nacional de Bellas Artes/memoriachilena.cl)

Já considerado um dos maiores artistas vivos, e trabalhando com diversos suportes como pintura, fotografia e vídeo, recebeu o Prêmio Nacional de Arte, no Chile, em 1990 e, em novembro do mesmo ano, foi realizada uma grande retrospectiva de sua obra no Museu de Belas-Artes de Santiago.