Salinas de Gortari, Carlos

Salinas de Gortari, Carlos

Cidade do México (México), 1948

Presidente do México entre 1988 e 1994, Salinas de Gortari foi escolhido como candidato devido a seu sucesso como secretário das Finanças do governo Miguel de la Madrid (1982-1988). Iniciou a defesa de reformas econômicas num contexto de grave crise da economia local, que resultou na decretação da moratória mexicana e num rápido surto inflacionário.

Após ser indicado pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI) para a sucessão presidencial, venceu a disputa contra Cuauhtémoc Cárdenas. A eleição foi marcada por suspeita de fraude – durante a apuração dos votos, os computadores sofreram uma pane e, quando voltaram a operar, apontavam a vitória do candidato do PRI –, afetando a legitimidade de Salinas de Gortari na presidência.

Buscando retomar as rédeas da política, Salinas de Gortari iniciou negociações com o Vaticano. Por conta disso, foi reformada a lei que negava o direito de voto aos clérigos. Todas as igrejas foram reconhecidas como pessoas jurídicas capazes de possuir propriedade.

Na economia, o governo buscou resgatar a credibilidade do setor financeiro revertendo o processo de nacionalização dos bancos de 1982 e renegociando a dívida externa com os bancos credores internacionais.

Na prática, Salinas de Gortari introduziu as políticas neoliberais no país. Iniciou o processo de desmonte da máquina pública, privatizando setores essenciais da economia. Também iniciou negociações que resultaram na criação do Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA), envolvendo também os Estados Unidos e o Canadá.

Em vigor desde 1º de janeiro de 1994, o NAFTA abriu a economia mexicana para o capital dos Estados Unidos e do Canadá, ampliou o peso agroexportador do México, gerou desestabilização na economia, aprofundou a recessão e o desemprego e estimulou o ingresso das chamadas indústrias maquiladoras no país.

Além disso, Salinas de Gortari reformou a legislação eleitoral e tirou da Secretaria de Governo o controle sobre as eleições, buscando reduzir as suspeitas de fraude que marcavam os confrontos nas urnas do país.

Seu governo foi marcado por escândalos de corrupção – que envolviam seus familiares – e pelo assassinato do candidato do PRI à sua sucessão, Luis Donaldo Colosio. A suspeita de que o presidente e seus aliados próximos estariam por trás do assassinato traduzia a disputa interna no PRI, com Colosio assumindo forte oposição aos mandos e desmandos do governo. O PRI indicou Ernesto Zedillo, que procurou conciliar os interesses dos diversos grupos do partido, garantindo aparente imunidade para Salinas de Gortari.

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