Pintor autodidata, com exceção de um breve período passado na Academia de San Alejandro, em Havana, René Portocarrero inicialmente retratou interiores domésticos e, mais tarde, incorporou imagens de festividades cubanas e cerimônias religiosas. Artista engajado, ensinou pintura a presos e depois se disse influenciado por eles. Críticos definiram seu trabalho como “barroco”, por sua ornamentação exuberante e suas composições com múltiplos focos, características que atingiram o ápice nos seus trabalhos entre 1946 e 1947. Em 1960, ajudou a fundar a União Nacional de Escultores e Artistas de Cuba.
Portocarrero foi o vencedor do Prêmio Internacional Samba, da VII Bienal Internacional de São Paulo, em 1963, pelo trabalho A cor de Cuba. Ele pintou uma série chamada Retratos de Flora, feita de imagens emblemáticas de uma mulher cubana, e executou diversos murais em prédios públicos por toda a ilha. Recebeu a Ordem Félix Varela do governo cubano, em 1981, e o Prêmio Águia Azteca do governo mexicano no ano seguinte. Ilustrou vários livros de José Lezama Lima e também colaborou com publicações como Orígenes, Carteles, Bohemia, Revolución y cultura, Signos, Islas, La gaceta de Cuba e Juventud rebelde.