M-19

Movimento 19 de Abril, partido político da Colômbia

O Movimento 19 de Abril (M-19) surgiu em 1973, integrando a segunda onda de grupos revolucionários da América Latina, e também adotou a tática da guerra de guerrilhas. O nome foi inspirado pelo episódio da eleição do presidente Misael Pastrana Borrero, ocorrida em 19 de abril de 1970, alvo de denúncias de fraude.

Em 1974, a organização tomou de assalto o Museu Nacional da Colômbia e levou a espada do libertador Simón Bolívar, fato de forte conteúdo simbólico, despertando a atenção nacional. A repressão se acirraria entre fins da década de 1970 e início da de 1980. Sua ação decisiva foi o sequestro dos diplomatas reunidos na embaixada da República Dominicana, que durou aproximadamente sessenta dias.

Em 24 de agosto de 1984 foi firmado um acordo de trégua entre o governo e o M-19, mas em decorrência da continuidade da ação repressiva movida pelo Exército o movimento rompeu o cessar-fogo. Em 6 de novembro de 1985, um de seus comandos tomou o Palácio de Justiça, com o intuito de julgar o então presidente Belisario Bettancourt por ter descumprido a trégua. O episódio teve como saldo a morte de cerca de cem pessoas, entre militantes e membros da Suprema Corte.

Em março 1990, o M-19 renunciou definitivamente à luta armada e se uniu a diversos grupos pequenos, formando a Aliança Democrática M-19. Na primeira eleição disputada, conquistou dezenove cadeiras na Assembleia Constituinte. Em abril do mesmo ano, Carlos Pizarro León-Gómez, seu líder e candidato a presidente, foi assassinado, sendo substituído por Antonio Wolf, terceiro colocado no pleito. Foi o auge do M-19, que desde então passou a perder força.

Cartel_publicitario_M19__Peridico_El_Tiempo__17_enero_1974.jpg
Imagem histórica do anúncio no jornal “El Tiempo” (Colômbia) publicado pelo M19 antes do roubo da espada de Bolívar em 17 de janeiro de 1974. O anúncio diz “parasitas...vermes? aguardem M19”, em referência aos políticos da época como uma doença e o M19 a cura (Reprodução/Wikimedia Commons)