Facundo Cabral

Facundo Cabral

La Plata (Argentina), 1937 - Cidade da Guatemala (Guatemala), 2011

Cantor e poeta, que se tornou um ícone da música argentina.

Nascido Rodolfo Enrique Cabral, aos nove anos fugiu de casa com um plano: encontrar o presidente Juan Domingo Perón e pedir um emprego para si próprio e para a mãe, pois viviam em situação de extrema pobreza. Dormiu na rua por dias até chegar à Casa Rosada, a sede do governo em Buenos Aires. Aproveitando um evento público com a presença de Perón, conseguiu furar o cerco da segurança e ser ouvido pelo presidente. O inusitado pedido resultou em emprego para a mãe de Facundo e para seu irmão mais velho. Aos catorze anos, sem estudo, alcoólatra, vivendo na marginalidade, foi levado para um reformatório. Ali permaneceu sob a proteção de um sacerdote jesuíta, que o ensinou a ler e a escrever, e que lhe apresentou a literatura mundial, a filosofia e a religião.

Ao sair do reformatório, iniciou a carreira artística, tocando violão, cantando músicas folclóricas e compondo. Seu primeiro nome artístico foi El Índio Gasparino, que logo trocou por Facundo Cabral.

Durante a ditadura, foi perseguido por ser considerado “cantor de protesto” e exilou-se no México. Fez inúmeros shows pela América espanhola e quando retornou à Argentina, em 1984, era um artista consagrado. Suas apresentações combinavam música, humor e poesia. Pacifista e livre pensador, pregava a tolerância social. Em 2006, foi nomeado Mensageiro Mundial da Paz pela Unesco e, em 2008, indicado ao Nobel da Paz.

Em julho de 2011, depois de fazer um show na Cidade da Guatemala, Facundo aceitou uma carona de Henry Fariñas, empresário local, até o aeroporto. No trajeto, o carro em que estavam foi emboscado e alvejado por 25 tiros. Três deles mataram o cantor. Ele tinha 74 anos. O atentado teria sido encomendado por desafetos do empresário ligados ao narcotráfico.

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