Criada em 1973, a Embrapa tem como missão gerar, adaptar e transferir conhecimentos e tecnologias para o desenvolvimento do espaço rural brasileiro, com foco no agronegócio. Uma das maiores instituições de pesquisa do mundo tropical, a empresa tem mais de oito mil empregados, dos quais mais de 25% são pesquisadores com doutorado e mestrado. Em seus 32 anos de atividade destacou-se por combinar a apropriação da tecnologia estrangeira, por meio do envio de pesquisadores ao exterior, com sua aplicação criativa às condições geográficas e climáticas do Brasil. Atuando por intermédio de 37 centros de pesquisa, 3 serviços e 11 unidades centrais, a empresa coordena o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), constituído por instituições públicas federais e estaduais, universidades, empresas privadas e fundações que realizam pesquisa científica de forma cooperada. Entre suas principais contribuições ao desenvolvimento rural brasileiro estão: a tropicalização das culturas de cenoura, soja e trigo; a incorporação dos cerrados no sistema produtivo, o que tornou a região responsável por 40% da produção brasileira de grãos; o apoio à formação de polos de cultivo de frutas irrigadas no Nordeste; a consolidação do sistema de plantio direto, que passou de 3 milhões de hectares para 20 milhões de hectares, entre 1994 e 2004; os avanços no manejo sustentável da Amazônia e no plantio florestal; na suinocultura e pecuária de corte e de leite, que triplicaram a oferta de carne e mais que duplicaram a de leite; os avanços na produção de aves, que decuplicaram a produção de frangos; e na geração de hortaliças e de novas espécies forrageiras.
A Embrapa mantém convênio com 56 países e 155 instituições de pesquisa internacionais, tendo instalado, nos Estados Unidos e na França, laboratórios para o desenvolvimento de pesquisa em tecnologia de ponta. Cerca de metade da área cultivada brasileira recebe sementes desenvolvidas pela empresa, que as repassa gratuitamente a fundações e empresas privadas produtoras de sementes, cobrando apenas royalties sobre as vendas que, em média, atingem de 3% a 6% do total. Suas principais fontes de royalties originam-se de commodities (soja, algodão, milho e trigo).
Nos últimos tempos, a Embrapa vem recebendo críticas dos movimentos sociais por sua vinculação privilegiada com o agronegócio. A gestão de Clayton Campanhola, iniciada em 2003, buscou priorizar a agricultura familiar e orgânica, mas sua demissão, em 2005, colocou em risco a continuidade desse enfoque.
- Embrapa inaugura novas instalações do Banco de Germoplasma. Os germoplasmas são qualquer estrutura de um organismo vivo que possa dar origem a exemplares da mesma espécie, como sementes, em Brasília, em abril de 2014 (Wilson Dias/ABr)