Historiadora afro-peruana, musicista, educadora, cantora e compositora.
Filha do guitarrista Ernesto Baca Ramires e da bailarina Carmen de la Colina Gonzales, Susana Esther Baca de la Colina nasceu em Chorrillos, uma pequena vila de pescadores no distrito de Lima, e conviveu desde cedo com a música e as artes ligadas às raízes afro-peruanas. Foi ministra da Cultura do governo Ollanta Humala. Assumiu em agosto de 2011, mas permaneceu somente 133 dias no cargo. Foi destituída junto com outros nove ministros, em razão de uma reforma decidida pelo presidente. Presidiu também a Comissão Interamericana de Cultura, da Organização dos Estados Americanos (OEA), entre 2011 e 2013.
Formou-se pelo Instituto de Arte Moderna do Peru e pelo Instituto Nacional de Cultura Peruana, e graduou-se pela Universidade Enrique Guzmán, em 1968. Em 2009, recebeu o título de doutora honoris causa pela instituição.
Durante dez anos, percorreu o litoral peruano, colhendo testemunhos e documentos dos povos afrodescendentes, a fim de registrar e preservar a tradição afro-peruana. A pesquisa deu origem ao livro Del fuego y del agua, publicado em 1992, e que inspiraria o disco de mesmo nome, lançado em 2012.
Como cantora, recebeu diversos prêmios, entre eles, dois Grammy Latino: em 2002, pelo disco Lamento negro e, em 2011, pela canção “Latinoamérica”, gravada em parceria com o grupo porto-riquenho de hip hop Calle 13, a artista colombiana Totó e a cantora brasileira Maria Rita. Lançou seis álbuns pelo selo Luaka Bop do músico norte-americano David Byrne – entre eles o elogiado Afrodiáspora (2011) – que ajudaram a divulgar a sua música pelo mundo.
Em 2014, publicou, em parceria com o marido Ricardo Pereira e o pesquisador Francisco Basili, o livro Lo africano en el Peru: el amargo camino de la caña dulce. Foi condecorada com a Ordem das Artes e das Letras da República Francesa e com a Ordem do Mérito da República do Peru. Administra um centro cultural afro-peruano, no qual são ministradas aulas de música de raiz.