Eleito três vezes governador do Estado de Pernambuco (1962-1964, 1986-1990 e 1994-1998), Miguel Arraes de Alencar foi um dos expoentes do nacionalismo de esquerda antes do golpe de 1964. Seu primeiro mandato de governador caracterizou-se por estender direitos trabalhistas ao campo e por medidas em favor das camadas populares.
Advogado, seu primeiro cargo público foi o de secretário da Fazenda do governo estadual de Barbosa Lima Sobrinho, em 1947. Deputado estadual pelo PSD (1950-1954), prefeito do Recife (1959-1962) e governador do Estado pelo PST (Partido Social Trabalhista), Arraes teve o mandato cassado pelo regime militar. O motivo era seu apoio às Ligas Camponesas e à reforma agrária, além de sua aliança com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Após onze meses preso em Fernando de Noronha, foi para o exílio na Argélia, onde permaneceu de 1965 a 1979. Com a anistia, retornou ao país e filiou-se ao PMDB. Tornou-se, em 1982, o deputado federal mais votado do Nordeste. Em 1990, filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), do qual foi presidente. Quando morreu, em 2005, exercia o mandato de deputado federal.