Nuevo Grupo, El

O grupo teatral venezuelano nasceu em setembro de 1967 em Caracas, fundado pelo dramaturgo de origem espanhola Alberto de Paz y Mateos. Este já havia sido fundador do Teatro Experimental no liceu Fermín Toro, onde teve como alunos Román Chalbaud e Nicolás Curiel, com os quais encenou Federico García Lorca, Eugene O’Neill, Ramón Valle-Inclán, Miguel de Cervantes e uma notável Electra, de Sófocles, em 1955.

El Nuevo Grupo foi organizado com o principal objetivo de difundir o autor venezuelano, cuja obra começava a consolidar-se. Foi influenciado pelas correntes experimentais e pelas teorias de Bertolt Brecht e Antonin Artaud. Com um repertório sustentado pela diversidade da obra de Isaac Chocrón, Román Chalbaud e José Ignacio Cabrujas – trio batizado por Lorenzo Batallén­ como “a santíssima trindade” e fundadores do coletivo – surgiu à margem de uma determinada estética teatral, como escreveu o pesquisador Leonardo Azparren Gimenez, marcado pela riqueza, pela complexidade e pelo ecletismo, assim como pelo interesse em ressaltar a relação autor-ator.

Sob a presidência de Román Chalbaud, levou ao conhecimento do público textos de dramaturgos já consagrados e, sobretudo, novos. Entre suas montagens estão O.K, La revolución, Alfabeto para analfabetos, La máxima felicidad, El acompañante, Mesopotamia, Simón e Clipper, de Chocrón; Profundo, Acto Cultural, El día que me quieras e El americano ilustrado, de Cabrujas; El pez que fuma, Ratón en Ferretería, El viejo grupo e Todo bicho raro de uña, de Chalbaud. Além disso encenaram Resistencia e Los pájaros se van con la muerte, de Edilio Peña, Vida con Mamá, de Elisa Lerner, El tirano Aguirre, de Luis Britto García, Rosa de la noche, de Mariela Romero, Humboldt y Bompland, taxidermistas, de Ibsen Martínez, Prueba de fuego, de Ugo Ulive, e Golpes a mi puerta, de Juan Carlos Gené; assim como textos latino-americanos de Ricardo Talesnik, Jorge Díaz, Carlos Gorostiza, Carlos Fuentes, Emilio Carballido e Griselda Gambaro, e estrangeiros de Molière, August Strindberg, Mrozeck, Franz Kroetz, Harold Pinter, Heiner Müller e Tom Sheppard. El Nuevo Grupo marcou as trajetórias como diretores de Ugo Ulive, Armando Gotta, Enrique Porte, Cabrujas e Chalbaud.

O grupo trabalhou no teatro infantil, a partir de personagens que Isaac Chocrón criou em 1967, entre os quais se destacou Pepe Popoff, interpretado pelo ator Antonio Briceño, que se apresentava em companhia de Gloria Mirós. Em 1968, estrearam La cucarachita Martínez, peça baseada num conto de Antonio Arráiz, adaptado por Manuel Trujillo; O mágico de Oz, baseada no conto de Elizabeth Fuller Chapman, dirigida por Briceño; e a comédia musical La pequeña Lulú, basea­da no personagem de histórias em quadrinhos, dirigida por Gilberto Agüero e protagonizada por Mariela Romero, uma montagem inovadora, com música ao vivo interpretada pelo conjunto Bossa Nova 4, dirigido por Roberto Todd e Jésus Sanoja. Instituição de promoção teatral, também editou a Revista de Teatro, com seis números entre 1967 e 1970, e publicou vários livros. Parte de sua equipe diretora passou a partir de 1986 à Comédia Nacional e, em 1988, devido a dificuldades econômicas, o grupo fechou suas portas.

Cabrujas fundou o Teatro Profissional da Venezuela com Iraida Tapia, Moisés Guevara e Fausto Verdial no Teatro Paraíso, onde dirigiu El pez que fuma, La casa de Bernarda Alba, de Lorca, e Sonny, sua última montagem. Isaac Chocrón foi o primeiro diretor da Companhia Nacional de Teatro, fundada em 1984.

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