Coard, Bernard

Victoria (Granada), 1944

Primeiro-ministro de Granada quando o país foi invadido pelos Estados Unidos, Bernard Coard chegou a ser condenado à morte como responsável pela execução de Maurice Bishop e de vários ex-companheiros do Novo Movimento Jewel (NMJ); no entanto, sua pena foi comutada para prisão perpétua.

Coard iniciou-se na política juntamente com Bishop, pelo movimento estudantil secundarista, quando ambos eram alunos da Granada Boy’s Secundary School.­ Transferiu-se para os Estados Unidos, onde estudou economia e sociologia, na Brandeis University. Começou então a militar no Partido Comunista dos EUA. Depois viajou para a Inglaterra, doutorando-se em Economia Política pela Sussex. Durante dois anos, foi professor em Londres. No país filiou-se ao Partido Comunista da Grã-Bretanha.

Antes de retornar a Granada, morou na Jamaica, onde militou na Liga de Liberação dos Trabalhadores e foi professor visitante, entre 1972 e 1974, do Departamento de Relações Internacionais da Universidade das Índias Ocidentais. Em 1976, finalmente, voltou ao seu país natal, inscrevendo-se no NMJ, liderado por Bishop. Concorreu nas eleições parlamentares, elegendo-se deputado. Em 1979, foi um dos líderes do movimento popular que depôs Eric Gairy, estabelecendo o governo socialista de Maurice Bishop.

Ministro das Finanças, Comércio e Indústria, começou a discordar do primeiro­-ministro. Criticava a proposta de economia mista e o suposto personalismo de Bishop. Conspirando com o general Hudson­ Austin, foi o chefe do golpe militar que, em 14 de outubro de 1983, derrubou e prendeu Bishop, fuzilando-o depois que ele foi libertado por uma manifestação popular. Seu regime foi o pretexto para a invasão de Granada pelos marines norte-americanos. Foi deposto, preso e condenado à morte, sentença comutada para prisão perpétua. Desde essa época, Coard recorre à Corte de Leis de Granada, argumentando a ilegalidade de sua prisão. Quando o furacão Ivan destruiu a prisão onde se encontrava, em 2004, recusou-se a fugir, preferindo continuar a pedir sua liberdade nos marcos da legalidade.

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