URNG

União Revolucionária Nacional Guatemalteca

A URNG constituiu-se, em março de 1982, como expressão da vontade de coordenação e unidade de quatro organizações político-militares existentes, incluindo um núcleo do Partido Guatemalteco do Trabalho (PGT, comunista). Ainda não se explicou, publicamente, a circunstância que permitiu o surgimento da frente unitária guerrilheira na Guatemala, a URNG, já que se organizou como resultado de um momento ambíguo na ótica da luta armada. Na história dos enfrentamentos, na década de 1980, correspondeu a um segundo momento caracterizado pela superação do foco guerrilheiro e pelo surgimento de duas organizações, a Organização do Povo em Armas (ORPA) e o Exército Guerrilheiro dos Pobres (EGP), com forte respaldo camponês indígena. Costuma-se dizer que o momento da unidade foi ambíguo, porque a EGP lançou sua ofensiva de maneira independente no início dos anos 80, seguida da ofensiva, sem coordenação alguma, da ORPA e das Forças Armadas Rebeldes (FAR). O Exército pressentiu o perigo do apoio indígena, preparou-se e, no segundo semestre de 1982, desbaratou a estratégia guerrilheira. A URNG surgiu nesse momento, quando as frentes guerrilheiras tinham começado a agir de forma autônoma, e sua esperada coordenação parecia obedecer mais a necessidades defensivas. Depois de 1983, a luta insurrecional decresceu e deixou de significar uma ameaça política e militar. A URNG se manteve como um ator indispensável e, por esse motivo, participou das conversações de paz a partir de 1990. Um dos acordos de paz, em 1996, propôs sua conversão em partido político, a partir de 1998. Atualmente, a URNG se mantém como força política, embora muito enfraquecida, dividida e sem nenhum futuro como partido político. De fato, nunca houve uma integração orgânica das suas partes constituintes e o que a guerra não unificou a democracia inevitavelmente dividiu. Nas eleições de 2004, a URNG e uma das facções dissidentes obtiveram 4% do total de votos.