Movimento guerrilheiro surgido na década de 1960 cujo nome homenageia o líder anticolonialista indígena Tupac Amaru (assassinado pelos espanhóis no século XVIII), transformado em partido político depois do fim da ditadura militar. Liderado pelo jornalista Raúl Sendic, o MLN-Tupamaros surgiu na cena latino-americana antes mesmo do golpe militar no Uruguai, notabilizando-se pela audácia e originalidade de suas ações militares.
Apesar da expressão “libertação nacional” no nome da organização, os tupamaros adotaram o socialismo como objetivo da revolução e a guerrilha urbana como forma de luta. A partir de dezembro de 1966, especializaram-se em ações militares espetaculares, como a expropriação de bancos, a distribuição de dinheiro e alimentos na periferia pobre de Montevidéu, sequestros e interrogatórios de membros da repressão, como o do agente da Companhia Dan Mitrioni, e fugas em massa de prisioneiros políticos. Depois de quatro anos de combates, no início dos anos 70, os guerrilheiros foram praticamente desarticulados.
Em 1985, os tupamaros retornaram à vida pública, fundando um partido após o restabelecimento da democracia. Participaram da coalizão Frente Ampla, que elegeu Tabaré Vázquez, em 31 de outubro de 2004. Com essa vitória, dois tupamaros passaram a dirigir o legislativo: José Mujica, militante histórico do movimento e preso político durante catorze anos, como presidente do Senado, e Nora Castro, presidente da Câmara dos Deputados. José Mujica seria eleito presidente em 2010.