Fundado em 1971, pelo diretor Carlos Giménez, de origem argentina, o Rajatabla é uma companhia teatral de Caracas, Venezuela, que se organizou após o sucesso do espetáculo Tu país está feliz, de Antonio Miranda. Nos anos seguintes, o amparo institucional obtido junto ao Teatro Del Ateneo de Caracas e a conquista de subsídios estatais regulares permitiram a consolidação do trabalho e o desenvolvimento de uma intensa atividade artística e pedagógica que culminou, em 1985, na constituição da Fundação Rajatablas. Independente do Ateneo de Caracas, a Fundação estava entretanto associada a diversos projetos federais de educação artística, como o Taller Nacional de Teatro (TNT), Teatro Nacional Juvenil e o Centro de Directores para el Nuevo Teatro (CDNT), todos concebidos por Giménez.
Em seus espetáculos polêmicos, o Rajatabla procurou conciliar textos de crítica ao poder autoritário com encenações pictóricas, concebidas plasticamente numa estética de amplos quadros cenográficos e iluminação narrativa, que por vezes fazia uso não convencional do palco italiano.
Destacaram-se entre seus espetáculos Señor presidente (1977), com base na adaptação de Hugo Carrillo do romance de Miguel Ángel Asturias; La muerte de García Lorca (1979) e Bolívar (1982), ambos com texto do espanhol José Antonio Rial; La honesta persona de Sheshuang, baseado em A alma boa de Setsuan, de Bertolt Brecht, e La vida es sueño, texto de Calderón de la Barca (ambos de 1985).
Controverso por seus vínculos com instituições estatais e midiáticas, bem como pelo sucesso e pela repercussão internacional de seu projeto teatral latino-americano, Carlos Giménez foi o grande movimentador do teatro venezuelano na década de 1980. Sua morte, em março de 1993, gerou uma crise no Rajatabla, que, não obstante, continua a ser a mais famosa companhia teatral da Venezuela. Em 2001, o grupo encenou a comédia Blasón de lobos, dirigida por Raúl Brambilla.