Onganía, Juan Carlos

Onganía, Juan Carlos

Marcos Paz, 1914 - Buenos Aires (Argentina), 1995

Juan Carlos Onganía nasceu em 17 de março de 1914, em Marcos Paz, província de Buenos Aires. Estudou no Colégio Militar, no qual se graduou como tenente. Em 1959, ascendeu ao grau de general de brigada na arma de cavalaria. Comandou, em 1962, o denominado “bando azul” – grupo que se opunha, dentro da estrutura militar, ao “colorado”, mais conservador –, que triunfou no combate interno das Forças Armadas durante a presidência de José María Guido, obtendo assim o grau de comandante em chefe do Exército. Em 1965, renunciou ao comando do Exército para planejar sua chegada ao governo, mediante um futuro golpe de Estado. Dirigiu, em 1966, a autodenominada revolução argentina, derrubando o presidente constitucional Arturo U. Illia.

Assumiu como presidente em 30 de junho de 1966. Pouco tempo depois, decretou a intervenção policial nas universidades. Esse fato gerou protestos de docentes e estudantes, que foram reprimidos na chamada “Noite dos bastões longos”. Estabeleceu uma estrita censura à imprensa e a qualquer manifestação cultural, bem como uma forte perseguição a organizações sindicais e guerrilheiras. Aplicou, por meio de seu ministro da Economia, Adalbert Krieger Vasena, um programa econômico que privilegiou os grandes empresários, o investimento estrangeiro, as importações e a venda de empresas argentinas ao exterior, em prejuízo das exportações e da promoção de pequenas e médias empresas nacionais.

Em 1969, deu-se o Cordobaço, protagonizado principalmente por estudantes e operários da indústria automotiva da cidade de Córdoba, em rechaço à política econômica e aos constantes atos de repressão. Produziram-se fortes enfrentamentos entre os manifestantes e a polícia, que teve de retirar-se. Pouco tempo depois, foram assassinados o líder sindical metalúrgico Augusto Timoteo Vandor e o ex-presidente militar Pedro Eugenio Aramburu. Tais acontecimentos, somados às constantes pressões por parte do Exército, determinaram um novo “golpe interno”, que destituiu Onganía e designou como presidente o general Roberto Marcelo Levingston.

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