Pintor, escultor, poeta e ensaísta, Gyula Kosice chegou à Argentina com seus pais, em 1928. Estudou desenho e escultura nas academias livres de Buenos Aires e também, por curto período, na Escola de Belas-Artes Manuel Belgrano. Em 1944, criou Röyi, escultura articulada e móvel e tornou-se coeditor da revista Arturo, marco da vanguarda concreta argentina, que realizou, em 1945, a exposição Arte Concreto-Invención.
Em 1946, o grupo concreto se dividiu e Kosice passou a ser um dos líderes do Movimento “Madí”, organizando exposições na Argentina e em várias partes do mundo, além de dirigir a revista Arte Madí Universal (que existiu entre 1947 e 1954) e assinar vários manifestos do grupo. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1947, em Buenos Aires. Trabalhos do grupo foram expostos em 1948 no Salon Realités Nouvelles, em Paris. Nesse período, a obra de Kosice passou a se concentrar em experimentações com materiais diversos, como vidro, luz, água e gás néon, dos quais foi reconhecidamente pioneiro.
Nos anos 1950, o artista produziu esculturas hidrocinéticas que foram expostas em Paris, para onde se mudou em 1957. Uma de suas obras marcantes é Hidromural móvil (1967), que se encontra no edifício Embassy Center de Buenos Aires. No começo dos anos 1970, Gyula Kosice chegou a elaborar um projeto para uma “Cidade hidroespacial”. Participou da Bienal de Veneza, em 1956 e 1964, e da Bienal de São Paulo, em 1953 e 1957. Em 1962, recebeu o Prêmio Internacional de Escultura do Instituto Di Tella, em Buenos Aires. Esteve também na Bienal Coltejer de 1972, em Medellín, e na II Bienal de Havana, em 1986.
Suas obras foram expostas em diversas cidades e eventos no mundo. Em Londres, 1953, apresentou Spatial constructions and first hydraulic sculpture, e em Paris, 1975, expôs La cité hydrospatial. Em 1988, realizou esculturas para os Jogos Olímpicos de Seul. Em 1994, recebeu um prêmio em homenagem à sua obra outorgado pelo Fundo Nacional das Artes da Argentina. Nesse mesmo ano, integrou a exposição coletiva Art from Argentina 1920/1994, inaugurada pelo Museu de Arte Moderna de Londres, que percorreu várias cidades do mundo. Em 2001, participou da exposição Abstract Art from Río de la Plata e Buenos Aires and Montevideo 1933/53, em Nova York. Em 2006 foi homenageado pelo Senado argentino em função de sua contribuição à arte e à cultura do país. Em 2010 publicou Kosice, autobiografía, pela La Marca Editora.