Guzmán Reynoso, Abimael

Guzmán Reynoso, Abimael

Mollendo (Peru), 1934

Líder do Sendero Luminoso, Manuel Rubén Abimael Guzmán Reynoso é conhecido como o “presidente Gonzalo” ou também como a “Quarta Espada do Comunismo”, depois de Marx, Lenin e Mao. Nasceu em 3 de dezembro de 1934, em Mollendo, um porto do Pacífico Sul. Filho ilegítimo de um comerciante rico, sua mãe, Berenice, morreu quando ele tinha cinco anos. Depois de realizar os estudos secundários num colégio católico privado de Arequipa, prosseguiu na área de filosofia e direito na Universidad Nacional San Agustín, na mesma cidade, graduando-se com uma tese sobre “A teoria kantiana do espaço” e “O espaço democrático burguês”. Em 1962, foi requisitado como professor de filosofia na Universidad San Cristóbal de Huamanga, cargo que manteve até 1972, quando passou para a clandestinidade que o levou à prisão em setembro de 1992. Sua atividade como docente em Huamanga, uma das zonas mais isoladas e atrasadas do país, foi decisiva para a conformação dos primeiros quadros do Sendero Luminoso, integrados por pessoas vinculadas à universidade e com fortes laços na região rural ao redor. Em 1965, 1969 e 1975, esteve na China, onde assistiu a palestras da Escola Político-Militar de Xangai para comunistas latino-americanos, dirigida por Mao Tsé-tung.

No El Diário, principal porta-voz do Sendero, em janeiro de 1988, Guzmán escreveu que a república popular da nova democracia não podia só ser fruto de uma violenta guerra revolucionária conduzida pelo exército guerrilheiro popular, e que esse processo compreendia três etapas: a primeira seria a ofensiva estratégica do inimigo e a defesa estratégica guerrilheira. ­A segunda seria o período de consolidação estratégica do inimigo e da preparação para a ofensiva. A terceira, o período da contraofensiva estratégica guerrilheira e da retirada estratégica do inimigo. Sua captura em 1992 interrompeu a realização desse programa e, desde 1993, ante o estupor de alguns de seus adeptos, pediu a paz ao governo de Alberto Fujimori. Foi julgado em três dias por um tribunal militar e condenado à prisão perpétua, mas essa sentença foi declarada inconstitucional em 2003, ordenando-se novo julgamento por parte de um tribunal civil.

O julgamento aconteceu em 2006 e Abimel foi sentenciado à prisão perpétua pela acusação de terrorismo, assim como Elena Iparraguirre, sua companheira e vice-comandante do Sendero Luminoso.

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