A escritora Maryse Condé, nascida em Point-à-Pitre em 11 de fevereiro de 1934, ficou órfã ainda criança. Em 1953, viajou para Paris, onde estudou no Liceu Fénélon e na Sorbonne. Concluiu o doutorado em literatura comparada pela Universidade de Paris III, em 1975. Sua pesquisa abordou os estereótipos negros na literatura caribenha.
Durante doze anos viveu na África Ocidental: Guiné, Gana e Senegal, onde ensinou francês. Nessa época, compreendeu o que significava ser uma mulher negra, nascida em Guadalupe, uma sociedade cujos cargos mais importantes estavam nas mãos dos brancos. Seus temas de interesse são a escravidão, a África e a condição do negro no mundo. Ela diz escrever para responder às suas inquietações íntimas.
Alguns críticos a rotulam de feminista porque constrói personagens de mulheres fortes, ao que responde ter sido educada por uma mulher e uma avó também fortes e, portanto, é impossível não transmitir isso no seu texto. Nomes como o dela são, na opinião da crítica especializada, fundamentais para se entender o conceito de negritude na literatura. Ela publicou os livros Heremakhonon (1976), Ségou (1984), com o qual se destacou na literatura caribenha contemporânea, Corações migrantes (2002), entre outros romances, e ganhou prêmios literários importantes. É professora emérita da Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos.