O Grupo Tapa, de São Paulo, Brasil, centra seu trabalho em textos teatrais clássicos e contemporâneos. A palavra bem enunciada constitui uma importante referência de seu trabalho e seus atores têm uma das melhores enunciações dos palcos brasileiros, como ocorre nas montagens de Ivanov (1998), de Tchecov, ou Navalha na carne (1999), de Plínio Marcos. O diretor Eduardo Tolentino de Araújo estava entre os jovens de classe média da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) que formaram o grupo em 1974. Os primeiros quatro anos foram dedicados a peças infantojuvenis, como Apenas um conto de fadas, de autoria do próprio Tolentino, estudante de economia e depois de jornalismo. O elenco já trazia o nome de Denise Weinberg. Era uma fase amadora, daí o nome Teatro Amador Produções Artísticas (TAPA). A profissionalização veio em 1979, tempo de Uma peça por outra, de Jean Tardieu, e Viúva, porém honesta, de Nelson Rodrigues.
Em 1985, o grupo mudou-se para São Paulo, atendendo a convite para ocupar o teatro Aliança Francesa. Durante dezessete anos, até 2001, o TAPA revitalizou o espaço com montagens premiadas e forjou uma identidade de companhia de repertório. O projeto Panorama do Teatro Brasileiro (1994-2000) encenou oito textos, entre eles Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, Corpo a corpo, de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, Rasto atrás, de Jorge Andrade, e Do fundo do lago escuro, de Domingos de Oliveira.
Mais recentemente, a tônica é a investigação das classes dominantes por meio de peças como Os executivos (2003), do francês Daniel Besse, A importância de ser fiel (2002), do irlandês Oscar Wilde, e Major Barbara (2001), do também irlandês George Bernard Shaw. O Tapa costuma trabalhar com artistas convidados, entre eles Beatriz Segall, Nathalia Timberg, Sonia Oiticica, Paulo Autran, Walderez de Barros e Umberto Magnani. Apesar de um quarto de século de trajetória, o grupo ainda não possui uma sede e oscila períodos de patrocínio e de dificuldades, reflexo da falta de uma efetiva política pública dos governantes brasileiros para o teatro.