Aruba
Aruba

Aruba

Nome oficial

Aruba

Localização¹

Caribe

Estado¹

País constituinte do Reino da Holanda, com sistema parlamentar de governo. A Holanda responde pela defesa e relações exteriores

Idiomas¹

Papiamento (oficial), espanhol, inglês,
holandês (oficial), chinês, outras

Moeda¹

Florim de Aruba

Capital¹

Oranjestad 
(29 mil hab. em 2014)

Superfície¹

180 km²

População²

101.597 hab. (2010)

Densidade demográfica²

564 hab./km² (2010)

Distribuição 
da população³

Urbana (43,06%); 
rural (56,94%) (2010)

Analfabetismo¹

2,5% (2015)

Composição étnica¹

Holandês (82,1%), colombiano (6,6%),
venezuelano (2,2%), dominicano (2,2%),
haitiano (1,2%), outros (5,5%),
não declarada (0,1%) (2010)

Religiões¹

Católica romana (75,3%), protestantes (4,9%), testemunhas de Jeová (1,7%), outras (12%), nenhuma (5,5%), não especificada (0,5%) (2010)

PIB¹

 US$ 2,516 bilhões (2009)

PIB per capita (PPP)¹

US$ 25,3 mil (2011)

Eleições¹

Governador-geral designado pelo rei da Holanda para mandato de seis anos. Há eleições que definem um primeiro-ministro e um Parlamento unicameral de 21 membros eleitos a cada 4 anos.

Fontes:
¹  CIA. World Factbook
² ONU. World Population Prospects: the 2012 Revision Database
³ ONU. World Urbanization Prospects, the 2014 Revision

 

Aruba é uma pequena ilha, sob soberania holandesa, localizada no mar do Caribe, próxima à península de Paraguaná, na Venezuela. Nela fala-se o holandês e o papiamento, espécie de língua crioula típica da região. Pesquisas datam a presença humana em Aruba há mais de 4 mil anos. Quando o navegador espanhol Alonso de Ojeda chegou, em 1499, ela era povoada pelos índios caquetíos, da tribo aruaque, predominante do Caribe, que se notabilizaram pelo grafismo variado desenhado nas cavernas. Ojeda a batizou como Ilha dos Gigantes. Acredita-se que o nome Aruba derive da expressão Oro Huba, isto é, “onde está o ouro”.

Considerando Aruba, juntamente com Bonaire e Curaçao, ilhas inúteis para a exploração, o governo colonial espanhol iniciou o deslocamento da população indígena para Hispaniola, onde pretendia usá-la como escrava nas minas. O impacto dessa política foi fatal para a região, resultando no extermínio da população originária.

Possessão holandesa

No fim do século XVI, lutando por sua independência, a Holanda iniciou uma política agressiva de contestação ao domínio espanhol no Caribe. A decisão do monarca espanhol, Felipe II, de fechar os portos portugueses aos holandeses obrigou as empresas mercantis do país a buscar a manutenção de seus interesses comerciais pela força. A poderosa Companhia Holandesa de Comércio das Índias Ocidentais procurou reabrir o comércio açucareiro no Nordeste brasileiro e no Caribe.

Após 80 anos de lutas no Caribe, em 1636 a Companhia Holandesa de Comércio das Índias Ocidentais consolidou seu domínio sobre Aruba, derrotando os espanhóis. Uma das primeiras providências foi trazer indígenas de regiões vizinhas, em especial de Maracaibo (Venezuela), para atuar como pastores de rebanhos, visando abastecer o mercado de carne de suas colônias do Caribe.

No século XIX, a posse holandesa de Aruba foi ameaçada pelas guerras napoleô­nicas. Entre 1805 e 1816, a Grã-Bretanha assumiu o controle da ilha diante da sua importância estratégica para a vigilância das rotas navais entre a América do Sul e a Europa. No Congresso de Viena, a Holanda pleiteou e retomou seu controle sobre Aruba.

A principal intervenção holandesa no período foi a adaptação da economia local à nova dinâmica do capitalismo mundial. Nesse sentido, a Holanda aboliu a escravidão em Aruba no ano de 1863, favorecendo o ingresso de mão de obra livre para trabalho na região.

Ouro e petróleo

O século XIX ainda foi marcado pela descoberta de jazidas de ouro na região próxima a Balashi, que revitalizaram a economia local e favoreceram a ampliação da população local com a chegada de colonos da Venezuela e da Holanda para participar da “corrida do ouro”. A febre do ouro manteve ativa a economia de Aruba até 1916, quando a capacidade exploratória das minas entrou em irreversível decadência.

O século XX, entretanto, reservou nova surpresa para Aruba. Em 1924, teve início o refino de petróleo na ilha. A The Lago Transportation Company of Canada transportava o petróleo de Maracaibo para Aruba, refinando-o e negociando-o no mercado mundial.

Entre 1924 e 1930, o refino de petróleo saltou de 110 mil barris diários para 2 milhões, e Aruba vivenciou novo fluxo migratório com a chegada de trabalhadores das diversas colônias holandesas e da Venezuela.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) manteve o ritmo de crescimento da ilha, na medida em que ingleses e franceses mantiveram a produção das refinarias em alta, visando atender o esforço de guerra aliado. Com o fim da guerra, a economia passou por novo realinhamento. Grande parte das refinarias foram fechadas, entre 1953 e 1970, e a economia entrou em declínio. Data dessa época o êxodo populacional para os Estados Unidos e a Holanda.

Vista de Oranjestad, capital de Aruba (Bgabel/Wikimedia Commons)

Turismo e autogoverno

No plano econômico, uma nova atividade ocupou o espaço da decadente indústria petrolífera: o turismo. Desde os últimos anos da década de 1970, o turismo cresceu e assumiu o papel de principal gerador de renda e emprego na ilha. O impacto dessa atividade se traduz no número de visitantes que atinge cerca de 1 milhão de turistas por ano.

Em 1986, Aruba separou-se das Antilhas Holandesas, assumindo seu autogoverno. No entanto, continuou formalmente integrada ao reino da Holanda, que indica um governador com mandato de seis anos para a ilha. A chefia do governo cabe a um primeiro-ministro, eleito pelo Parlamento, com mandato de quatro anos. Os representantes no Parlamento local são eleitos diretamente pelo voto popular e têm mandato de quatro anos.

Após 1990, o movimento favorável à plena independência da ilha cresceu. Atualmente, a Holanda responde pela defesa e pelas relações exteriores, além de apoiar a economia local.

Shopping Royal Plaza, em Oranjestad, Aruba (Bgabel/Wikimedia Commons)

Os principais partidos contemporâneos que participam do jogo político são o Partido do Povo de Aruba (PPA), a Organização Liberal de Aruba (OLA) e o Partido do Movimento Popular Eleitoral (PMPE). Nas eleições de 2001, o PMPE conquistou 12 das 21 cadeiras em disputa, tornando-se o primeiro partido a obter maioria absoluta nas eleições locais, posição ratificada nas eleições de setembro de 2005. Nas eleições gerais realizadas em 2009 para eleger os membros do Parlamento, o Partido do Povo de Aruba (PPA) conquistou a maioria das cadeiras, e Mike Eman assumiu o cargo de primeiro-ministro.

No contexto de uma maior integração com os Estados Unidos, Aruba aceitou arrendar para os norte-americanos uma base militar que permite vigilância sobre a Venezuela e suas ricas jazidas petrolíferas.

Indicadores demográficos de Aruba

1950

1960

1970

1980

1990

2000

2010

2020*

População 
(em mil habitantes)

38

54

59

60

62

91

102

106

Densidade demográfica 
(hab./km²
)

211

301

328

334

345

505

564

...

População urbana (%)¹

50,93

50,78

50,62

50,47

50,32

46,72

43,06

40,68

População rural (%)¹

49,07

49,22

49,38

49,53

49,68

53,28

56,94

59,32

Participação na população
latino-americana (%)**

0,02

0,02

0,02

0,02

0,01

0,02

0,02

0,02

Participação na 
população mundial (%)

0,002

0,002

0,002

0,001

0,001

0,001

0,001

0,001

Fontes: ONU. World Population Prospects: The 2012 Revision Population Database.
¹Dados sobre a população urbana e rural retirados de ONU.World Urbanization Prospects, the 2014 Revision. 
* Projeções. | ** Inclui o Caribe.

Obs.: Informações sobre fontes primárias e metodologia de apuração (incluindo eventuais mudanças) são encontradas na base de dado indicadas. 

 

Mapas

 

Bibliografia

  • EDIE, Carlene J. Democracy in the Caribbean: myths and realities. Westport, CT: Praeger Publishers, 1994.
  • KNIGHT, Franklin W. The modern Caribbean. Chapel Hill, NC: University of North Carolina Press, 1989.
  • MAINGOT, J.P.; PARRY, J.H.; SHERLOCK, P. M. A short history of the West Indies. London: Macmillan, 1987.
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